Ricardo Salgado, com o apoio de estrategas escolhidos a dedo, controlou um pequeno banco líbio nos tempos da ditadura de Kadafi: o Aman Bank. Este banco foi o único a funcionar durante a guerra civil da Líbia, em 2010, tendo escapado às sanções da comunidade internacional.
O banqueiro português terá ido atrás dos fundos soberanos da Líbia. Kadafi controlava uma das maiores fortunas de África e Salgado encontrou a forma de se aproximar desses milhões.
Em 2009, Ricardo Salgado adquiriu uma participação minoritária no Aman Bank. Mas, através de esquemas que esta Grande Reportagem revela, o banqueiro conseguiu assumir o controlo da instituição financeira.
O Aman Bank foi o único banco que resistiu às sanções internacionais impostas pela ONU à Líbia. O comité das sanções à Líbia era presidido por Portugal.
A ligação de Salgado à Líbia leva-nos a Vítor Escária, nos tempos em que o ex-chefe de gabinete de António Costa era assessor económico de José Sócrates.
Outro dos protagonistas deste segundo episódio de “A Agenda” é o antigo ministro Paulo Portas.
O Aman Bank terá sido o único veículo que permitiu a transferência de elevadas somas de capital. Por cada uma dessas transferências, o banco gerido por Ricardo Salgado cobrava verbas volumosas.
Contactámos o advogado de Ricardo Salgado, que recusou dar-nos uma entrevista sobre estes assuntos.