Junto ao rio Dnieper, na Ucrânia ocupada pela Rússia, situa-se a maior central nuclear da Europa, na linha da frente de uma guerra que teima em não ter fim e que, pelo contrário, parece estar a agravar-se.
De acordo com o testemunho de dois trabalhadores que aceitaram falar em exclusivo à reportagem da Sky News, sob anonimato, por correrem riscos pessoais, estamos na iminência de uma catástrofe nuclear. Acreditam que, no mínimo, irá afetar metade da Europa, metade da Rússia e uma grande parte do Mediterrâneo.
O nível de poluição radioativo e, mais importante, a área de contaminação será de milhares de quilómetros quadrados de terra e de mar. Será muito, muito pior do que Fukushima e do que Chernobyl.
As forças russas atacaram a central no ano passado e os danos causados pelos bombardeamentos são visíveis. A piorar a situação, não está a ser feita a manutenção básica que é necessária: há falta de trabalhadores e os mais qualificados foram embora. Antes da guerra trabalhavam 11 mil pessoas na maior central nuclear da Europa, hoje são 3.500 e a maioria não tem formação.
Sacos de areia no telhado dos reatores?
A central nuclear está ocupada há 15 meses. Os funcionários testemunharam nas últimas semanas um aumento drástico da atividade militar no interior das instalações.
A Rússia nega estar a comprometer a segurança, mas o Ministério da Defesa do Reino Unido garante que há sacos de areia que protegem as posições de combate nos telhados dos reatores nucleares.
A Agência Internacional de Energia Atómica continua a expressar preocupação com a central nuclear e pede que a área seja desmilitarizada de imediato.