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Morte assistida ou suicídio assistido? Estará o Canadá a ir longe demais?

A estação de televisão britânica Sky News esteve no Canadá, falou com doentes e especialistas, numa reportagem que faz um ponto de situação no país que tem o maior número de mortes assistidas do mundo.

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A morte assistida no Canadá foi legalizada em 2016 apenas para doentes terminais. Cinco anos depois, a lei foi alargada a pessoas com incapacidades ou condições médicas graves, mesmo que não signifiquem risco de vida. Em 2013, 15 mil pessoas recorreram ao programa para morrer. Hoje o Canadá tem o maior número de mortes assistidas do mundo.
A lei deve voltar a ser alargada em 2027. Na próxima fase está prevista a inclusão de pessoas com doenças mentais. A intenção do Governo do Canadá preocupa as Nações Unidas que já emitiram dois alertas, falam de pessoas que estão a escolher morrer por não terem o apoio necessário dos serviços de saúde do país.
Alguns médicos também questionam a evolução da lei. Médica de família em London, na província de Ontário, Ramona Coelho diz que as zonas mais pobres e problemáticas estão a ser negligenciadas pelo Estado e questiona: "Estamos apenas a ajudar as pessoas a suicidarem-se, em vez de lhes oferecermos prevenção do suicídio?"
Orlando da Silva diz que estaria morto se a lei já tivesse sido alargada. O advogado sofre de depressão desde os 9 anos. É contra a morte assistida em casos de doenças mentais, mas sabe que já teria recorrido a ela se fosse possível.
Depois de várias tentativas de suicídio, Orlando da Silva afirma: "Queremos que o sofrimento acabe, a última coisa de que precisamos é ter alguém de bata branca a perguntar-nos se queremos ajuda para pôr fim à nossa vida". E deixa uma pergunta - "Quem ouve isso vai pensar que é digno, que tem valor?".
A estação de televisão britânica Sky News, parceira da SIC, esteve no Canadá, falou com doentes e especialistas, numa reportagem que faz um ponto de situação no país que tem o maior número de mortes assistidas do mundo.
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