Engata-se a marcha (seja a 1ª ou o D de drive no seletor) e começa a viagem.
As sensações de condução são importantes, a segurança ainda mais. E (ao final de uns quilómetros, para ser justo) o que dizer do consumo numa altura em que tanto se fala do preço dos combustíveis? (A pergunta parece aplicar-se também aos carregamentos elétricos, na verdade)
Fora o óbvio: o orçamento.
Mas não vale a pena ignorar que a tecnologia multimédia a bordo vai ganhar cada vez mais a atenção de condutores que têm telefones de última geração, relógios inteligentes, e todos os dispositivos conectados à Cloud e interligados, habituados a novidades e a atualizações constantes.
O habitáculo sem botões
Goste-se ou não dos interiores focados nos grandes ecrãs da Tesla, a diminuição da presença de botões tem vindo a ser uma tendência nas consolas centrais de muitas marcas.
A que deu talvez o maior passo nesse sentido parece ter sido a Volvo, que apresentou o XC40 sem grande explicação para aquele sistema de infoentretenimento.
Num habitáculo sem botões, o controlo de variáveis como a firmeza da direção ou a condução com um só pedal fica apenas acessível pelo ecrã, num sistema que – na altura em que foi testado pela equipa do Volante – parecia ser demasiado simples e muito parecido com um tablet ao centro do carro.
Até como nesse tipo de aparelhos, a autonomia da bateria era apenas dada em percentagem, e apenas quando se selecionava o destino e percurso através do Google Maps.
A filosofia parecia ser a de simplificar, enquanto a tecnologia evoluía em todos os aspetos.
Foi na apresentação do C40 que pudemos perceber a intenção da marca quando redesenhou o sistema de infoentretenimento para integrar a tecnologia Google com o sistema Android que inclui apps como o assistente de Voz da Google, a Play Store e o Google Maps.
Com carros em constante ligação à internet, a Volvo garante atualizações automáticas e sem fios de todo o sistema. E não se limitam ao infoentretenimento. A marca pode também atualizar remotamente o chamado firmware - que gere, por exemplo, o sistema de climatização.
No caso, entre o ensaio do XC40 e do C40, tinha sido desenvolvida uma aplicação que, além de mostrar o consumo e a autonomia (já em quilómetros), desliga ou limita funcionalidades que possam estar a encurtá-la. A solução já estava, entretanto, disponível no XC40 que tínhamos testado. E a promessa da marca é de que a aplicação ainda venha a evoluir.
Atualizações constantes
É a filosofia “agile”. No fundo, é possível melhorar o automóvel, sem ser preciso esperar pela geração seguinte, e a solução permite usar apps que estamos habituados a ver no telemóvel e que tenham sido adaptadas a este sistema (em parceria com a Volvo) para serem usadas com a devida segurança.
Entrar no carro, pousar o telemóvel no carregador por indução, e ter tudo no ecrã (seja com a conta Google conectada – otimizando a experiência - ou não). Sem depender de sistemas externos como o CarPlay ou o AndroidAuto. Na China, por exemplo, o pacote de apps da Google é simplesmente substituído por outras de outros players. Alguns até com soluções melhores.
Se é verdade que a solução atual não é tão visualmente atraente como o computador a bordo de alguns dos carros elétricos mais rápidos, não podemos ignorar que a estratégia da Volvo para os sistemas de infoentretenimento é um poço de possibilidades.
Seduziu-me. E eu estou longe de ser geek da tecnologia.