Os pais das crianças com diabetes tipo 1 pedem aprovação do uso das novas bombas híbridas de insulina. Este novo mecanismo inteligente e automático atua sozinho e permite uma vida mais tranquila e com menos picadas.
Nesta altura este mecanismo está a ser experimentado em 200 crianças do SNS, mas os encarregados de educação querem que passe a estar disponível para outras três mil.
Inês Cruz é mãe de dois diabéticos tipo 1. O Noah de 10 anos usa uma bomba de insulina inteligente enquanto que o Gaspar, de cinco anos, tem uma bomba clássica.
A mãe explica que o filho mais novo precisa de fazer várias picadas ao longo do dia exigindo várias correções manuais e “também exige que eu tenha de acordar durante a noite para vigiar os valores”.
Já o filho mais velho como tem a bomba híbrida ou artificial não precisa de picar o dedo nem de corrigir os valores quando se sente mal porque a bomba já faz o trabalho de um pâncreas artificial, ajustando automaticamente a insulina. Apesar desta nova geração de bombas, continua a ser necessário pesar os alimentos e fazer cálculos.
Inês Cruz explica que o Noah tem de escolher o que quer comer, depois "tenho que pesar na balança, fazer a conta do rácio e dar a insulina certa", com tantas contas o pequeno Noah tornou-se bom aluno a matemática pois "são contas 24 horas por dia ".
As novas bombas de insulina híbridas já estão disponíveis gratuitamente no SNS, mas em fase experimental e até à data foram atribuídas cerca de duzentas. Contudo, João Raposo, diretor clínico da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal, explica que o objetivo é que "todas as crianças e jovens tenham acesso a esse sistema".
Será entregue na Assembleia da República uma petição com mais de 20 mil assinaturas que defende o acesso às bombas de insulina híbridas aos três mil diabéticos tipo 1, até aos 13 anos, e assim melhorar a qualidade de vida.