Céline Dion foi diagnosticada com síndrome da pessoa rígida, uma doença neurológica rara. A cantora de 54 anos anunciou, no Instagram, o cancelamento de oito concertos agendados para a Europa. Mas que doença é esta? Que sintomas provoca? Há tratamento?
"Tenho problemas de saúde há muito tempo e não é fácil para mim lidar com isso. Entristece-me muito ter que vos dizer que não estarei pronta para começar a minha digressão europeia novamente em fevereiro", referiu a canadiana, na rede social.
No início de 2022, Céline Dion já tinha cancelado 16 concertos agendados para os EUA e Canadá, também da “Courage World Tour”, de 9 de março a 12 de abril. A causa? “Espasmos musculares graves e persistentes”, anunciou na altura.
O que é a síndrome da pessoa rígida?
É uma doença neurológica rara, que afeta uma pessoa em cada 1 milhão. A maioria dos neurologistas terá contacto apenas com um ou dois casos durante a sua carreira. Para já, há poucos dados e pode levar anos a ser diagnosticada e a adaptar o tratamento. De acordo com o Instituto Nacional de Distúrbios Neurológicos e Derrame, os investigadores apontam para uma reação autoimune.
A doença tem provocado a Céline Dion espasmos musculares e tem afetado algumas funções, como o movimento e as cordas vocais. Mas esta doença pode causar também sensibilidade nos estímulos visuais, sonoros e emocionais. Numa fase mais avançada, pode provocar mialgias crónicas e rigidez muscular estática. Os espasmos podem ser fortes ao ponto de levar fraturar um osso e outras lesões graves.
Descrita pela primeira vez por Moersch e Woltman em 1956, é duas a três vezes mais comum entre mulheres do que homens. Surge, na maioria dos doentes, entre os 20 e os 50 anos.
Muitos doentes com síndrome da pessoa rígida têm também diabetes mellitus tipo I, anemia e alguns tipos de cancro.
Existe cura?
Não, para já, não existe cura para a doença. No entanto, são recomendados analgésicos ou relaxantes musculares para aliviar os sintomas e medicamentos para a ansiedade, uma vez que pode provocar ansiedade entre os pacientes.
É também recomendada fisioterapia e terapia ocupacional devido à perda de movimento.
A sobrevivência dos doentes varia entre seis e 28 anos após o início de sintomas.