Um estudo do Instituto norte-americano de Investigação Dentária e Craniofacial indica que a utilização do tabaco, em qualquer forma, é prejudicial à saúde dentária. O artigo analisou o impacto dos cigarros tradicionais, eletrónico e a vapor. Em entrevista à SIC Notícias, Hugo Madeira, médico dentista, alerta para os riscos associados ao consumo de tabaco.
“A nível dentário, sabemos que pode alterar o microbioma oral (uma alteração do pH). Há também uma sensação de xerostomia (de boca seca), que se deve à baixa produção de saliva, que faz com que haja menor proteção e maior probabilidade de lesões de cárie nestes pacientes”, explica o especialista.
Hugo Madeira lembra ainda que o tabaco “é uma das principais causada da doença periodontal”, podendo também “mascarar” esta doença: “Há uma redução da hemorragia devido ao fumo e à nicotina, que mascaram uma certa saúde gengival. Parece que temos mais saúde gengival, mas podemos estar perante uma doença periodontal”, alerta.
Ao contrário dos cigarros tradicionais, os cigarros eletrónicos são muito recentes e, por isso, há pouca evidência científica sobre as consequências deste tipo de tabaco. Hugo Madeira sublinha que “não há estudos a longo prazo” que permitam conhecer quais os verdadeiros riscos destas novas formas de fumar.
No entanto, há estudos que mostram que os cigarros eletrónicos têm consequências a nível respiratório e pulmonar e outros que “dizem que o próprio desenvolvimento cerebral em jovens pode estar afetado por este tipo de cigarros”.
“Os fumadores que fumam tabaco aquecido acham que estão a fumar algo mais seguro. O que, de certa forma, pode ser errado e não temos ainda estudos que o comprovem”, afirma o médico dentista, sublinhando que estas novas formas de fumar estão associadas a “imagens mais positivas”
E deixa um conselho: “O melhor conselho que posso dar é que deixem de fumar.”