Saúde e Bem-estar

"Sente-se sozinho com frequência?" Solidão pode aumentar risco de Parkinson

"Sente-se sozinho com frequência?". Foi a pergunta a que os quase 492 mil participantes tiveram que responder no início da investigação. A relação com a solidão permanece, mesmo quando são considerados outros fatores.

"Sente-se sozinho com frequência?" Solidão pode aumentar risco de Parkinson
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A solidão pode aumentar o risco de desenvolver a doença de Parkinson, concluiu um estudo científico norte-americano publicado na revista Jama Neurology. A tendência verifica-se independentemente, por exemplo, do género ou do nível socioeconómico.

O estudo "Loneliness and Risk of Parkinson Disease", que foi realizado ao longo de 15 anos, envolveu quase 492 mil participantes do UK Biobank. Os envolvidos no estudo tinham entre 38 e 73 anos e nenhum deles estava diagnosticado com a doença.

"Sente-se sozinho com frequência?". Foi a pergunta a que todos os participantes tiveram que responder no início da investigação.

Dos 491.603 participantes, 2.822 desenvolveram Parkinson durante os 15 anos.

O estudo mostra que as pessoas que responderam 'sim' têm 37% de probabilidade de desenvolver Parkinson. Esta relação permanece mesmo quando são considerados outros fatores, como o nível socioeconómico, hábitos de vida e genética.

"As evidências sugerem que existem associações bidirecionais entre a solidão e a depressão, que costumam ocorrer simultaneamente. Os resultados sugerem que o mesmo acontece com o Parkinson, embora ainda não possamos dizer qual das duas acontece primeiro", refere Antonio Terracciano, professor de geriatra da Florida State University e coordenador do estudo, citado pelo jornal espanhol El País.

O mesmo especialista considera que a solidão é "angustiante".

"Acreditamos que, com o tempo, a solidão pode provocar stress fisiológico no cérebro, principalmente em pessoas que apresentam outras vulnerabilidades", o coordenador da investigação.

Por outro lado, os resultados não apontam para que o género influencie o risco. Ou seja, não mostram que as mulheres são mais (ou menos) propensas que os homens a desenvolver a doença.

O estudo científico da Florida State University foi publicado na segunda-feira, 2 de outubro, na revista científica Jama Neurology.