Saúde e Bem-estar

Águas algarvias podem ser o “milagre” para dores crónicas

Durante anos, os doentes procuram uma resposta para a "doença invisível", como muitos a chamam, que toma conta do dia a dia. Agora, quem sofre de dor crónica, poderá estar “a pouco tempo” de começar a sentir um alívio.

Águas algarvias podem ser o “milagre” para dores crónicas

A Sea4Us, uma startup portuguesa de biotecnologia avançada, está quase a conseguir obter o licenciamento de um analgésico para a dor crónica feito a partir de organismos marinhos da costa algarvia.

Após mais de uma década de investigação, a Sea4Us criou um analgésico para a dor crónica feito a partir de organismos do mar do Algarve.

Este será o primeiro analgésico marinho não opióide, que não afeta centralmente o cérebro, esperando-se, assim, que seja um remédio eficaz, que não provoque dependência ou efeitos secundários.

“O que nós temos a ser desenvolvido é uma alternativa aos opióides, morfina e afins, que de facto aliviam a dor em muitos casos e outros não, mas têm efeitos secundários algumas vezes terríveis”, explicou, à Lusa, o neurofisiologista e biólogo marinho.

O que tem o Algarve de diferente?

As características particulares de organismos marinhos que evoluíram e estão incrustados nas rochas de grutas e cavidades da costa algarvia, são o segredo para o medicamento.

“É nesses organismos que encontramos uma química que está para além do engenho humano. O engenho humano não consegue sintetizar estas formas que nós encontramos nestes animais. É este o nosso conceito”, sublinhou o responsável à Lusa.

O que é a dor crónica?

“A dor aguda é um sintoma que pode sinalizar o organismo para uma lesão ou doença. No entanto, quando se prolonga temporalmente durante vários meses ou anos e persiste para além do problema que lhe deu origem, torna-se uma dor crónica”, explica a CUF, no site.

Os sintomas pode ser: dor ao toque, choque elétrico ou até sensação de gelo ou queimadura, nota ainda.

Em Portugal, mais de três milhões de portugueses sofrem desta doença, segundo um estudo, citado pelo mesmo grupo hospitalar.

O que falta para chegar ao mercado?

A startup diz que está, neste momento, a fazer os testes que precedem os primeiros testes clínicos em humanos, e caso tudo aconteça como planeado, pode avançar para o licenciamento. Só nesse momento é que as farmacêuticas poderão colocar o analgésico no mercado. A má notícia é que isso pode demorar cerca de cinco anos.

A empresa, contudo, assume não ter a disponibilidade financeira para realizar todos os testes em cobaias humanas e que gostaria de vender o seu projeto, daqui a cerca de um ano e meio, no início das experiências com pessoas.

- Com Lusa