Um estilo de vida saudável sempre foi uma prioridade para Paula Mendes, mas, aos 53 anos, o que parecia impensável, aconteceu: sofreu um AVC, quando estava sozinha em casa. Foi difícil aceitar o diagnóstico e iniciar a recuperação, mas 20 meses depois voltou ao trabalho e definiu novos objetivos.
“Não tenho sensibilidade em nada do lado esquerdo. É como se eu vivesse só em metade de um corpo (...) é complicado mas depois tem as outras coisas boas que nós vamos tendo diariamente, coisas pequeninas que nós vamos conseguindo conquistar”
Esta doença vascular, principal causa de morte e incapacidade grave em Portugal, acontece quando um vaso que transporta o sangue para o cérebro é bloqueado ou há uma rotura. Doenças como a diabetes, o colesterol elevado, a hipertensão e a obesidade são fatores de risco e podem ser prevenidos, em todas as idades.
“Abaixo dos 55 anos é sempre cedo demais. Temos dois perfis. Temos o perfil de uma pessoa de 45 anos que acumula muitos fatores de risco vascular e portanto tem um perfil de envelhecimento antecipado e temos outras pessoas que podem não ter nenhum desses fatores mas nesse segmento etário há um número enorme de causas raras e variadas de acidente vascular cerebral”, afirma Vítor Tedim, presidente da Sociedade Portuguesa do AVC.
No primeiro semestre deste ano o INEM transportou mais de 3 e 700 doentes com sinais de AVC, mais 180 do que no mesmo período do ano anterior. Um dos grandes desafios atuais é tratar a doença rapidamente e no local certo, sendo o tempo crucial para mitigar as consequências de um AVC.
"Não há órgão no corpo humano mais sensível do que o cérebro, onde o tempo conta mais (...) A cada 15 min reduz em 4% o risco de ter um bom resultado”, refere o presidente da Sociedade Portuguesa do AVC.
Um desvio na face, uma alteração da fala ou a perda de força num braço são critérios para ligar para o 112.