Saúde e Bem-estar

Cada vez mais pessoas estão a realizar cirurgias para reduzir o risco de cancro

Só acontece depois de um estudo intensivo dos vários casos na família e só depois de um teste genético positivo. O IPO de Lisboa faz o acompanhamento através da consulta de risco da mama, ovário e próstata, num caminho preventivo que tem mostrado resultados favoráveis.

Em Portugal registam-se, por ano, cerca de 7 mil novos casos de cancro da mama
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O caminho da prevenção para Rita começou cedo porque com apenas quatro anos perdeu a mãe que tinha 35 depois da luta contra o cancro da mama. Veio com o pai ao IPO de Lisboa para saberem o que fazer.

“Ele vinha super bem preparado (...) e foi só nesse dia que eu tive consciência da quantidade de casos de cancro que tinham existido na minha família no lado materno. Nessa altura, o meu pai continuou a acompanhar-me e a doutora Fátima uns anos mais tarde falou-me que havia a possibilidade de fazer um teste genético”, diz Rita Cotrim, utente clínica de risco.

E com isso decidiu submeter-se à cirurgia. Ficou três anos em lista de espera, aos 28 fez a mastectomia bilateral total, ciente do risco e com receio que acabou por diminuir ao pensar na mãe.

10 a 15% dos cancros têm origem numa síndrome hereditária com mutação em genes que são herdados. Há pessoas que só chegam aqui depois de já terem sobrevivido. É o caso de Lúcia. Ficou em remissão do colo do útero e pouco tempo depois descobriu outro na mama.

“Não é fácil passar por tudo outra vez. O do colo do útero é doloroso, custou-me um bocadinho, mas da mama não. Da mama foi um choque”, explica Lúcia Santos, utente clínica de risco.

Na clínica, a equipa multidisciplinar avalia o risco familiar também do Cancro do Cólon, Reto e Próstata e Melanoma, desta forma procuram reduzir a incidência da mortalidade ser uma chance para as milhares de famílias que lutam há várias gerações contra as probabilidades.