Uma empresa portuguesa está a desenvolver um novo medicamento contra a dor crónica, utilizando algas e outros organismos marinhos.
É uma condição que afeta um terço da população portuguesa e milhões de pessoas em todo o mundo.
O projeto nasceu há 10 anos em Sagres, no Algarve, e já há farmacêuticas interessadas em comprar o produto. É neste laboratório, instalado no porto de pesca da Baleeira, que a "magia" acontece.
A matéria-prima vem das profundezas e, primeiro, é preciso trazê-la para terra. Vão quase sempre em dupla: Pedro Lima, neurocientista e biólogo, e Daniel Vargem, técnico marítimo.
Foi nas esponjas marinhas, fixadas ao largo da costa de Sagres, que a Sea4Us encontrou a resposta para tratar a dor crónica, um problema que afeta uma em cada cinco pessoas. O poder anestesiante destes organismos chamou a atenção dos investigadores e fez nascer um medicamento capaz de competir com os opioides tradicionais.
Daqui, as amostras são enviadas para o laboratório da Nova Medical School, em Lisboa. Já lá vai uma década de trabalho, três patentes registadas e até existem empresas japonesas interessadas em licenciar o produto.
Mas, por ser um medicamento novo, poderá demorar pelo menos mais cinco anos até chegar às farmácias.
A empresa também está a estudar novos fármacos para tratar a osteoartrite e a epilepsia a partir de alforrecas e anémonas.
O projeto é pioneiro em Portugal e tem recebido o apoio de fundos comunitários europeus, bem como de investidores privados, que podem contribuir através da plataforma online Go Parity.