Cancro do pulmão: É preciso "agir antes de sentir"

Segundo a PULMONALE, o cancro do pulmão é o cancro que causa mais mortes na Europa e em Portugal e, só em 2020, 5 mil 415 portugueses foram diagnosticados com esta neoplasia maligna, tendo-se registado 4 mil 797 mortes. Isto significa que, diariamente, 12 portugueses são diagnosticados com cancro do pulmão e 11 morrem devido a esta doença.
O cancro do pulmão continua a demonstrar uma taxa de sobrevivência muito baixa sendo que a probabilidade de sobreviver é de apenas 15%, 5 anos após o diagnóstico. A eficácia dos tratamentos atuais para estádios avançados da doença é ainda reduzida e por isso o diagnóstico precoce continua a ser o método mais eficaz na redução da mortalidade.
O estudo NELSON (ver estudo AQUI) o maior estudo realizado a nível europeu, demonstrou os benefícios e a segurança do uso de exames de tomografia computorizada (TC) de baixa-dose no rastreio de cancro do pulmão, tendo-se verificado uma redução de mais de 24% do risco de morte.
Mais de ⅔
dos doentes são diagnosticados em fase avançada ou metastizada
Em 2022, e dados os benefícios deste rastreio, a Comissão Europeia passou a recomendar a sua realização a todos os cidadãos entre os 50 e os 75 anos, fumadores ou ex-fumadores.
Mas o projeto de implementação de rastreio contra o cancro do pulmão não é novo: os especialistas já propuseram, há um ano, um projeto-piloto ao governo, mas até agora nada foi feito. Não obstante, o Ministério da Saúde referiu à SIC que está neste momento a avaliar a possibilidade de implementar este e outros rastreios, tenho em conta as recomendações da UE e os recursos disponíveis no sistema de saúde.
“Um diagnóstico precoce é imprescindível para o aumento do tempo e qualidade de vida de um doente com cancro do pulmão. Na PULMONALE estamos seguros que a implementação de um rastreio nos levará a esse objetivo”, sublinha Isabel Magalhães presidente da associação. Além disso, sabe-se que tratar um cancro de pulmão - ou qualquer outro - é mais dispendioso do que preveni-lo.
Já Fernanda Estevinho, oncologista do Hospital Pedro Hispano, no Porto, refere que os dois grandes estudos publicados - NLST e NELSON - demonstraram que “o rastreio do cancro do pulmão reduz a mortalidade em mais de 20%, além de aumentar a quantidade de diagnósticos precoces que permitem o tratamento mais radical é um grande avanço para a nossa sociedade”.
O professor António Araújo, ex-presidente da pulmonale e atual diretor de oncologia do Hospital de Santo António, reforça a mesma ideia dizendo que o rastreio “é uma das armas mais eficazes em paralelo com a diminuição do consumo de tabaco para diminuirmos o número de mortes por cancro do pulmão”.
Assista aqui ao vídeo da campanha:
“Agir antes de sentir” decorre de 23 de outubro a 30 de novembro e teve como ponto alto o evento que decorreu a 19 de novembro, no Porto, no qual foram discutidos os próximos passos para o combate ao cancro do pulmão, e que contou com a presença de diversas personalidades ligadas à causa.
23 novembro 2022
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