Vida

Ministério do Ambiente foi informado do incidente em central nuclear espanhola

O Ministério do Ambiente português foi informado  de que o incidente na central espanhola nuclear de Almaraz, a 150 quilómetros  de Portugal, foi de nível zero, uma situação que ecologistas espanhóis consideraram  ser de nível 2. 

De acordo com uma resposta enviada hoje à agência Lusa, o ministério  do Ambiente lembrou que, segundo os procedimentos instituídos, foi informado  do evento e que este foi de "nível 0 (zero) da Escala Internacional de Ocorrências  Nucleares (INES) na central de Almaraz".  

"As demais autoridades competentes nesta matéria estão a acompanhar  em permanência a situação em articulação com Espanha", acrescenta a resposta.

O presidente da associação ambientalista Quercus, Nuno Sequeira, tinha  pedido hoje a atenção do Governo para um novo incidente na central nuclear  de Almaraz (Cáceres, Espanha). 

A confederação espanhola Ecologistas em Ação, em comunicado, na Internet,  indicou que o reator nuclear de Almaraz II foi obrigado a parar no sábado  devido a um "incidente" numa válvula ligada a um pressurizador considerado  "peça chave para a segurança da central". 

Apesar de não haver consequências aparentes, os ecologistas espanhóis  acusam o Conselho de Segurança Nuclear de Espanha de ter desprezado a gravidade  da ocorrência, ao classifica-la de nível 0, considerando que se trata de  uma situação de nível 2 na escala internacional. Do lado português, Nuno  Sequeira realça que se trata de uma central "em final de vida" e que "tem  tido incidentes com muita regularidade". 

"É uma situação que nos preocupa, porque a central devia ter encerrado  há dois anos, depois de ter trabalhado durante 25, mas o governo espanhol  acabou por prolongar a atividade por mais 10 anos", refere o presidente  da Quercus.  

Vila Velha de Ródão é a primeira povoação portuguesa banhada pelo Tejo  depois de o rio entrar em Portugal, realça a presidente da câmara, Maria  do Carmo Sequeira, para justificar a "preocupação" ao saber da notícia.

Segundo refere, o município já acolheu um simulacro relacionado com  riscos nucleares há três anos, mas os receios mantêm-se. 

"É uma preocupação que continua e é preciso muita vigilância", referiu  a autarca à agência Lusa. 

Lusa