André Ventura continua à espera de chegar um acordo com Luís Montenegro até ao final do ano, mas garante que respeitaria uma eventual solução de bloco central. Isto se o líder do PSD escolhesse “o caminho maia fácil”, negociar com "os mortos".
“Se o PSD acha que o seu parceiro é o PS nós respeitaremos, seremos os líderes da oposição”, afirmou esta quinta-feira o líder do Chega em declarações aos jornalistas à chegada à Futurália, em Lisboa.
“Se, como eu penso que acontecerá, Luís Montenegro perceber que do lado do PS não pode haver nenhuma parceria fiável, nenhum governo fiável, então só há um outro caminho e esse caminho é o Chega", aponta.
“Continuamos a acreditar, estou a lutar por isso e a trabalhar por isso, para que até ao final do ano possamos ter um acordo do Governo”, reforça, lembrando que está em causa a aprovação do orçamento do Estado.
“O novo Governo liderado pelo PSD não poderá pedir ao Chega que, rejeitando o Chega completamente, venha a alinhar as grandes linhas de política vertidas no orçamento do Estado.”
"Não estamos disponíveis é para estarmos disponíveis e nem sequer sermos tidos nem achados. Acho que nenhum português compreenderá isso."
André Ventura diz que ainda não falou com Luís Montenegro depois deste ter sido indigitado primeiro-ministro, mas retira como conclusões das suas declarações que “o PSD se prepara para iniciar um governo que vai na continuidade do que foi o Governo de António Costa”.
Ventura rejeita sentir-se “frustrado” por liderar uma bancada com 50 deputados que podem não ter grande influência na forma como o país será conduzido - “frustração pessoal é quando o Benfica perde”, brinca – mas admite que ficaria desiludido.
"Se Luís Montenegro optar por seguir um caminho de aproximação ao PS, e de conluio com o PS, para garantir um governo a quatro anos é uma desilusão para mim, mas para mim e para os que votaram” na AD, condena.
Ventura diz que aliar-se ao PS seria o “caminho mais fácil” para Luís Montenegro, porque qualquer acordo com o líder socialista seria como “negociar com os mortos”.
"Pedro Nuno Santos, neste momento, é um peso morto na política portuguesa (...) é um homem derrotado, parece que transporta atrás de si todas as derrotas do mundo, sem espírito, sem vida e obviamente Luís Montenegro vai-se aproveitar disso (...) obviamente o mais fácil é negociar com os mortos, com todo respeito.”