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Conflito no Sudão ensombra celebrações do Ramadão

O jejum deixou de ter horas, os convívios noturnos desapareceram, a comida escasseia. Os rituais têm de esperar por novos tempos de paz. Foi precisamente no último Ramadão que o conflito eclodiu, depois de quatro anos de crescentes tensões.

Sudão
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O conflito no Sudão arrasta-se há quase um ano. Com milhões de pessoas deslocadas, as celebrações do Ramadão este ano estão ensombradas pelos números: mais de 15.000 mortos e outros 30.000 feridos.

O braço de ferro entre o exército sudanês e os paramilitares afeta a população da capital Cartoum e da região de Darfur.

O jejum deixou de ter horas. Os convívios noturnos desapareceram, a comida escasseia. Num campo de refugiados no Porto Sudão, à beira do Mar Vermelho, as refeições acontecem à luz do dia, assim haja o que comer. É o Ramadão possível num cenário em que a realidade supera a ficção.

Foi precisamente no último Ramadão que o conflito eclodiu, depois de quatro anos de crescentes tensões entre o exército e os paramilitares.

As Nações Unidas estimam que mais de oito milhões de pessoas tenham sido obrigadas a fugir à guerra. Com mais de 18 milhões de pessoas a passar fome, parte da população apoia o conflito.

O enviado especial norte americano Tom Perriello já fez saber que as negociações vão ser retomadas a 18 de Abril. Contudo, tanto do lado do exército, como das Forças de Apoio Rápido, as movimentações parecem indicar uma intensificação do conflito.