Brexit

Assassino de Jo Cox diz "morte aos traidores, liberdade para o Reino Unido"

O suspeito de ter assassinado a deputada britânica foi ouvido hoje num tribunal em Londres. Quando lhe perguntaram o nome, o homem respondeu "o meu nome é morte aos traidores e liberdade para o Reino Unido".

Na primeira sessão de interrogatório, Thomas Mair, 52 anos, recusou confirmar a sua identidade e foi acusado de homicídio voluntário da deputada trabalhista britânica, de 41 anos, morta a tiro quando fazia campanha na sua circunscrição de Bisrtall, norte de Inglaterra, a favor da manutenção do Reino Unido na UE, cujo referendo se realizará na próxima quinta-feira.

A reação do suspeito ocorreu depois de ter sido acusado da deputada trabalhista britânica.

As afirmações do suspeito durante o interrogatório no Tribunal de Westminster, onde são normalmente julgados os crimes ligados ao terrorismo, vieram dar conforto às diferentes testemunhas que, desde a morte de Jo Cox, têm ajudado nas investigações.

Particularidade da lei britânica, a acusação formal de um suspeito significa, na prática, que a imprensa deixa de ter autorização para publicar informações sobre as investigações, nomeadamente sobre as possíveis motivações do suspeito.

Segundo a agência France Presse, 48 horas após o assassínio de Jo Cox, que deixa viúvo e duas filhas menores, a emoção continua presente no Reino Unido.

Hoje, os partidários do "sim" e do "não" no referendo sobre uma eventual saída de Inglaterra da UE, conhecido por "Brexit", mantiveram suspensas as respetivas campanhas.

Boris Johnson, líder dos pró-Brexit, não efetuará qualquer comício em Birmingham, como estava previsto no calendário, enquanto o movimento "Britain Stronger In" (Reino Unido Mais Forte Dentro (da UE)) anulou dezenas de iniciativas em todo o país.

Várias figuras políticas, como Jeremy Corbyn, George Osborne ou Nigel Farage, deverão aparecer apenas no domingo na televisão em emissões de cariz político, enquanto David Cameron, primeiro-ministro britânico, será entrevistado à noite na BBC.

Com Lusa