Os meios de comunicação britânicos avançam que a primeira-ministra decidiu adiar a votação que estava prevista para amanhã.
Ainda hoje, pelas 15h30, May fará uma declaração na Câmara dos Comuns.
"A primeira-ministra fára uma declaração oral hoje às 15h30 entitulada'Saída da União Europeia'", avançou o responsável do Partido Trabalhista para as questões processuais no Parlamento.
Hoje estava marcado o quarto de cinco dias de debate sobre o acordo de saída do Reino Unido da União Europeia e da declaração sobre as relações futuras.
A votação estava prevista para amanhã, embora a esperada rejeição por dezenas de deputados conservadores e dos 10 deputados do partido Democrata Unionista da Irlanda do Norte, juntamente com a oposição em bloco, composta pelo partido Trabalhista, Liberais Democratas, nacionalistas escoceses e galeses e a deputada do partido Verde, fazia prever uma derrota pesada.
O deputado Will Quince renunciou durante o fim-de-semana ao cargo de secretário Parlamentar de Defesa por se opor ao texto do acordo, alegando que queria ter liberdade para votar contra.
May falou por telefone com o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, no domingo à noite, e com o primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, mas o conteúdo não foi revelado.
O principal motivo de críticas sobre o acordo é a solução de salvaguarda, conhecida por 'backstop', encontrada para garantir que a fronteira entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda se mantém uma zona livre de controlos alfandegários ou outros obstáculos.
O mecanismo mantém o Reino Unido num sistema aduaneiro com a UE que só será revogado se for substituído por uma outra solução, a qual as duas partes esperam estar pronta no final do período de transição, em dezembro de 2020.
Mas um parecer jurídico do procurador geral britânico admite que o acordo "não providencia um mecanismo que permita ao Reino Unido sair legalmente da união aduaneira sem um acordo subsequente" e conclui que existe um risco de o Reino Unido ficar preso em "rondas de negociações prolongadas e repetidas".
O risco de deixar o pais "indefinidamente" numa situação em que seria obrigado a aceitar as normas impostas pela UE sem poder intervir na sua formulação colocou deputados eurocéticos e pró-europeus do mesmo lado, contra o acordo.
Com Lusa