Nuno Melo só admite que o Congresso do CDS - marcado para 27 e 28 de novembro - seja adiado se for "antes das Legislativas". Outra hipótese é um "golpe de Estado" e revela "medo" de Francisco Rodrigues dos Santos em perder a eleição.
Primeiro foi uma carta, assinada por 14 dirigentes nacionais do CDS, dirigida a Francisco Rodrigues dos Santos, para que desse "prioridade à preparação atempada das Eleições Legislativas em detrimento da realização imediata de um Congresso", suspendendo o processo de liderança interna.
Depois uma carta, assinada por 93 nomes do partido, apresentada pela candidatura de Nuno Melo, considerando que o Congresso tem "data compatível com a realização de eleições legislativas antecipadas".
Na noite em que a Comissão Política Nacional, convocada de urgência durante a tarde para uma reunião na noite de quinta-feira, a divergência entre as duas candidaturas é agora a de uma direção que quer o Congresso para depois das Legislativas e de uma oposição que o quer manter na data em que estava (Nuno Melo começou por contestar que fosse em novembro e não em janeiro, quando termina o mandato de 2 anos do Francisco Rodrigues dos Santos).
No exterior da sede - a reunião da Comissão Política é à porta fechada, Nuno Melo reuniu dezenas de apoiantes. Foi aplaudido à chegada e quando entregou a carta e disse que esta direção "tem medo" de ir a votos e, por isso, está a adiar o Congresso. Pedro Melo, vice-Presidente de Francisco Rodrigues dos Santos recusou completamente a ideia. Medo? "se fosse amanhã, ou na data que está marcada, ganhávamos" e reiterou "quem me dera que o Congresso fosse daqui a 15 dias". Para o vice do CDS, é a decisão "racional", mas o Conselho Nacional extraordinário desta sexta-feira é que vai decidir.
A direção tem maioria no Conselho Nacional e Nuno Melo disse que até a marcação desta reunião, com 24 horas de antecedência, decorrendo por videoconferência e com votação online, lhe levanta dúvidas. Filipe Anacoreta Correia, presidente do Conselho Nacional, responde que é "inaceitável" que se ponha em causa a legitimidade das decisões tomadas pelo Conselho Nacional.
O CDS não tem eleições diretas - como o PSD - e depois um Congresso, mas os órgãos dirigentes do partido são eleitos no Congresso.