Crise no CDS-PP

Nuno Melo acusa líder do CDS de "pedinchar" coligação ao PSD

Deixa um apelo aos militantes para que não desistam e que ajudem o CDS a superar as circunstâncias atuais.

Nuno Melo acusa líder do CDS de "pedinchar" coligação ao PSD
Horacio Villalobos

Nuno Melo acusou o líder do CDS de ter pedinchado uma coligação ao PSD e de ter colocado o partido numa posição humilhante.

Numa longa publicação no Facebook, o eurodeputado culpa a direção pelo atual momento do partido e entende que Francisco Rodrigues dos Santos arrastou o CDS para uma situação "profundamente confrangedora".

Nuno Melo diz que "todas as fichas" foram colocadas na coligação com o PSD a qualquer preço e que, por isso, o CDS ficou numa posição humilhante, subalterna e submissa para com os sociais democratas.

No entanto, deixa um apelo a todos os militantes para que não desistam e que ajudem o CDS a superar as circunstâncias atuais.

"PSD decidiu estar mais próximo de António Costa do que de Sá Carneiro"

Depois de conhecida a decisão do PSD, de avançar sozinho e não coligado com o CDS nas eleições legislativas, o líder centrista diz respeitar a "estratégia", mas lamenta que a escolha dos sociais-democratas tenha sido António Costa e não Sá Carneiro.

"O PSD decidiu estar mais próximo de António Costa do que de Sá Carneiro. Podendo escolher a Aliança Democrática, recusou-a. Respeito a estratégia e saúdo a clarificação", diz Francisco Rodrigues dos Santos.

O líder do CDS vai longe e diz, aliás, que esta pode ser "uma oportunidade" para o CDS se afirmar como "a única alternativa de direita responsável", e "aberta a todos os portugueses que querem derrotar o PS".

"Que fique claro: um voto no CDS não servirá para formar um Bloco Central, nem para viabilizar nenhum arranjinho com a esquerda", concluiu.

O PSD decidiu ontem, na reunião da comissão permanente em Évora, concorrer sozinho às eleições legislativas de 30 de janeiro, afastando uma coligação pré-eleitoral com o CDS-PP.

A SIC apurou que não houve um chumbo da proposta de coligação, mas sim uma decisão de o partido concorrer sozinho.

Ao contrário do que aconteceu nas últimas eleições autárquicas, o núcleo duro da direção de Rui Rio não quer que o PSD concorra coligado com o partido liderado por Francisco Rodrigues dos Santos.