Ébola

EUA prometem à Libéria entrega de soro experimental

A Libéria, um dos países afetados pelo surto de ébola, vai receber dos Estados Unidos amostras de um soro experimental, enquanto a Organização Mundial de Saúde deverá pronunciar-se hoje sobre a utilização destes medicamentos não aprovados.

(Reuters/Arquivo)

"A Casa Branca e a agência norte-americana de  fármacos (FDA na sigla em inglês) aprovaram o pedido da Libéria" para a  disponibilização de doses do soro experimental para tratar os médicos liberianos  atualmente infetados" pelo vírus ébola, afirmou a Presidente liberiana em  comunicado difundido na segunda-feira à noite em Monrovia.   

Segundo o comunicado, o acordo surge na sequência de um pedido feito  pela Presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, a 08 de agosto, ao seu  homólogo norte-americano Barack Obama.  
  
O tratamento experimental deve ser levado para a Libéria por um enviado  do Governo norte-americano no prazo de uma semana, acrescentou a presidência,  sem avançar uma data concreta.  
  
A Organização Mundial de Saúde (OMS) apresenta hoje, em Genebra, as  conclusões dos debates sobre a oportunidade de utilizar os medicados não  homologados.  
  
Segundo o comunicado da presidência da Libéria, a diretora executiva  da Organização Mundial de Saúde (OMS), Margaret Chan, autorizou também o  envio para o país de doses suplementares do soro experimental para ajudar  a melhorar o tratamento. Estas doses adicionais de soro serão também serão  levadas para o país por especialistas da OMS durante a semana.   
  
Atualmente não existe nenhum tratamento ou vacina específica contra  a febre hemorrágica devido ao vírus ébola, que se transmite por contacto  direto com o sangue e fluídos corporais de pessoas ou animais infetados. 
  
Nos últimos dias, vários estados manifestaram o desejo de poderem utilizar  o medicamento experimental "ZMapp", desenvolvido num laboratório privado  nos Estados Unidos.   
  
O fármaco foi administrado a dois norte-americanos infetados na Libéria,  que foram transferidos para os Estados Unidos e colocados em quarentena. 
  
Um padre espanhol igualmente contaminado com ébola foi enviado para  o seu país, onde deverá ser tratado com o soro experimental, que a Espanha  foi autorizada excecionalmente a importar.  
  
Na segunda-feira, a farmacêutica que desenvolveu o ZMapp disse que tinha  expedido a totalidade das doses disponíveis para a África Ocidental, sem  precisar países, indicando que o tratamento tinha sido fornecido "gratuitamente  em todos os casos".  
  
Até à semana passada, tinham morrido mais de 960 pessoas em quase 1800  casos confirmados, prováveis ou suspeitos, a maioria dos quais na Guiné,  Libéria, Serra Leoa e Nigéria.  
  
      
Lusa