Numa carta dirigida a Armando Guebuza, com data de domingo e hoje divulgada, Pedro Passos Coelho faz referência à dupla nacionalidade do antigo jogador de futebol Eusébio da Silva Ferreira.
"Tendo presente a íntima ligação de Eusébio a Moçambique e ao seu povo, inúmeras vezes evocada e consubstanciada na sua dupla nacionalidade, apresento agora a Vossa Excelência e a toda a grande nação moçambicana a expressão das minhas mais sentidas e sinceras condolências. Este voto é partilhado por Portugal inteiro", lê-se na carta do primeiro-ministro português ao presidente de Moçambique.
O chefe do executivo PSD/CDS-PP recordou Eusébio como "um atleta de exceção e certamente um dos maiores futebolistas de sempre" e elogiou "o seu exemplo de profissionalismo e de humildade e a sua constante dedicação a causas solidárias", considerando-o inspirador.
"A sua obra e o seu percurso de vida representam ainda um símbolo dos imperecíveis laços que unem os nossos dois países. A sua memória, a que aqui presto renovada homenagem, nunca se apagará", concluiu Pedro Passos Coelho.
Eusébio da Silva Ferreira morreu no domingo, em Lisboa, aos 71 anos.
Nascido a 25 de janeiro de 1942 em Moçambique, na altura uma colónia portuguesa, na então cidade de Lourenço Marques, atual Maputo, Eusébio destacou-se ao serviço do Benfica e da seleção portuguesa de futebol, nos anos 60 e 70, ficando conhecido como "pantera negra".
Foi distinguido como melhor jogador de futebol europeu com a Bola de Ouro em 1965 e conquistou duas Botas de Ouro por ter sido o melhor marcador europeu das épocas 1967/68 e 1972/73.
No mundial de futebol de Inglaterra de 1966, em que Portugal ficou em terceiro lugar, Eusébio foi considerado o melhor jogador e foi o melhor marcador, com nove golos.
Lusa