Eusébio no Panteão

PCP recetivo a eventual deposição de restos mortais de Eusébio no Panteão Nacional 

O vice-presidente do grupo parlamentar do PCP,  António Filipe, manifestou hoje recetividade à possibilidade de os restos  mortais de Eusébio serem depositados no Panteão Nacional. 

Pedro Nunes

"Em princípio há recetividade mas haverá tempo para pensar nisso",  afirmou António Filipe, após contactado pela Agência Lusa.  

O deputado frisou que a lei que regula a concessão de honras de Panteão  Nacional estipula um período de tempo antes do qual não poderá ser feita  a trasladação.  

Sobre esta questão, a presidente da Assembleia da República, Assunção  Esteves, frisou hoje que a decisão cabe ao parlamento e, sublinhando falar  em nome pessoal, acrescentou não excluir essa possibilidade. 

O líder parlamentar do PS, Alberto Martins, requereu hoje a Assunção  Esteves que o tema seja agendado para discussão em próxima conferência de  líderes parlamentares.  

A lei prevê que as "honras do Panteão destinam-se a homenagear e a  perpetuar a memória dos cidadãos portugueses que se distinguiram por serviços  prestados ao país, no exercício de altos cargos públicos, altos serviços  militares, na expansão da cultura portuguesa, na criação literária, científica  e artística ou na defesa dos valores da civilização, em prol da dignificação  da pessoa humana e da causa da liberdade".  

As honras podem consistir na deposição dos restos mortais no Panteão  e na "afixação no Panteão Nacional da lápide alusiva" alusiva à vida e obra  dos cidadãos distinguidos.  

A lei prevê ainda que as honras de Panteão Nacional não poderão ser  concedidas "antes do decurso do prazo de um ano sobre a morte dos cidadãos  distinguidos".  

O antigo jogador de futebol Eusébio da Silva Ferreira morreu no domingo,  aos 71 anos. O seu corpo vai hoje a enterrar no cemitério do Lumiar, em  Lisboa. Nascido a 25 de janeiro de 1942 em Moçambique, na então cidade de  Lourenço Marques, atual Maputo, Eusébio destacou-se ao serviço do Benfica  e da seleção portuguesa de futebol, nos anos 60 e 70, ficando conhecido  como "pantera negra".  

Foi distinguido como melhor jogador de futebol europeu com a Bola de  Ouro em 1965 e conquistou duas Botas de Ouro por ter sido o melhor marcador  europeu das épocas 1967/68 e 1972/73.  

No mundial de futebol de Inglaterra de 1966, em que Portugal ficou  em terceiro lugar, Eusébio foi considerado o melhor jogador e foi o melhor  marcador, com nove golos. 

 

Lusa