Mas George Papaconstantinou sugere que essa meta - entre 25 e 30 mil milhões de euros - está em dúvida e que o próprio calendário só ficará claro quando se souber os termos do acordo entre a ajuda externa UE/FMI e Portugal.
"Não se pode fazer um juízo antes do verão e antes de Portugal fechar o seu acordo", disse o ministro grego em entrevista ao jornal económico britânico Financial Times.
" Compreendo quem olha para a situação atual e diz 'Vocês nunca mais vão ter mercado para a dívida grega mas também posso apontar a situação em outubro e novembro últimos quando os juros da dívida caíram 350 pontos base no prazo de 40 dias, antes de começarem a subir outra vez", admitiu George Papaconstantinou.
A recessão grega tem sido mais grave do que era esperado, com um quarto trimestre do ano passado particularmente fraco, com a economia a afundar 6,6 por cento face ao período homólogo, o que fez com que as receitas do governo tenham caído abaixo da meta.
O programa de reformas " revelou-se mais duro e longo", afirmou Papaconstantinou. " Sim, precisamos de mais tempo. Quanto a isso não há dúvidas. Mas mais tempo não para um novo programa e sim para convencer os mercados", explicou.
A Grécia também pode vir a beneficiar do novo fundo de resgate da União Europeia, que terá poderes para comprar dívida diretamente aos governos. Os ministros das Finanças têm discutido em privado novas formas de ajudar a Grécia - por exemplo, acertando uma extensão da maturidade dos títulos gregos - mas o Banco Central Europeu acredita que uma reestruturação da dívida poderá ser difícil de implementar.
" A nossa posição é a de que estamos a continuar com o programa. É isto que estamos a fazer e portanto pomos de parte uma reestruturação da dívida", sublinhou George Papaconstantinou.
Atenas vai anunciar na sexta-feira uma versão atualizada do acordo com a EU-FMI, destinada a acelerar as reformas e restaurar a confiança dos investidores.
O novo plano orçamental de médio prazo inclui novos cortes da despesa (mais 23 mil milhões de euros) bem como aumentos na receita nos próximos três anos, o equivalente a cerca de 10 pontos percentuais do PIB grego.
O plano visa reduzir o défice dos cerca de 10,6 por cento do PIB em 2010 para menos de 3 por cento em 2014, em linha com os requisitos dos membros da zona euro.