Mário Soares 1924-2017

PSD diz que Soares deve ser recordado com defensor da liberdade apesar de erros e polémicas

O PSD emitiu este sábado um comunicado de pesar pela morte de Mário Soares, que "deverá ser recordado enquanto defensor da liberdade e da democracia", apesar de "decisões que tomou que não terem sido isentas de erros ou de polémicas".

PSD diz que Soares deve ser recordado com defensor da liberdade apesar de erros e polémicas
© Miguel Vidal / Reuters

"Com a morte do doutor Mário Soares, hoje ocorrida, desaparece alguém que sempre será recordado como uma das personalidades mais marcantes da história contemporânea de Portugal", lê-se num comunicado do PSD enviado à agência Lusa.

O PSD aponta uma "vida muito rica e multifacetada" do antigo Presidente da República, que "deixou uma marca profunda em todas as funções que exerceu, fosse na sua vida profissional, como advogado (em que se notabilizou na defesa dos perseguidos políticos), fosse na sua atividade política, em que merecem destaque o exercício de funções como Presidente da República durante dez anos e como primeiro-ministro de três Governos Constitucionais".

Os sociais-democratas sublinham ainda a forma "corajosa e sem receios" com que Mário Soares confrontou o regime do Estado Novo, em defesa da liberdade e da democracia.

"Foi em defesa da liberdade e da democracia que defendeu, com convicção, a indispensabilidade da participação de Portugal no processo de construção europeia", acrescentam.

Na mesma nota, recordam Mário Soares como "homem de profunda cultura e de convicções fortes", que representa também "um exemplo daquilo que deve ser um político em democracia: alguém que se bate até à exaustão pelas causas em que acredita, mas que sabe sempre fazê-lo com tolerância, com espírito de abertura e com a capacidade para construir os entendimentos que a defesa do interesse nacional exige".

O PSD evoca também o "momento de luto e de profunda tristeza para todo o país", dirigindo as condolências à família, "em particular aos seus filhos e também ao Partido Socialista".

Mário Soares morreu hoje, aos 92 anos, no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, onde estava internado há 26 dias, desde 13 de dezembro.

O Governo decretou três dias de luto nacional, a partir de segunda-feira.

Soares desempenhou os mais altos cargos no país e a sua vida confunde-se com a própria história da democracia portuguesa: combateu a ditadura, foi fundador do PS e Presidente da República.

Nascido a 07 de dezembro de 1924, em Lisboa, Mário Alberto Nobre Lopes Soares foi fundador e primeiro líder do PS, e ministro dos Negócios Estrangeiros após a revolução do 25 de Abril de 1974.

Primeiro-ministro entre 1976 e 1978 e entre 1983 e 1985, foi Soares a pedir a adesão à então Comunidade Económica Europeia (CEE), em 1977, e a assinar o respetivo tratado, em 1985. Em 1986, ganhou as eleições presidenciais e foi Presidente da República durante dois mandatos, até 1996.

Lusa