Quadros de Miró

Petição contra venda de quadros de Miró foi enviada para o Parlamento Europeu

A petição lançada no início de janeiro contra  a venda de 85 quadros de Joan Miró na posse do Estado português foi enviada  para o Parlamento Europeu, revelou hoje à agência Lusa fonte da organização  da iniciativa.

(Arquivo SIC)

De acordo com Carlos Cabral Nunes, do Coletivo Multimédia Perve, a petição  - que recolheu até hoje 8.016 assinaturas - foi enviada para o Parlamento  Europeu (PE) para dar conhecimento do caso àquela instituição parlamentar  da União Europeia. 

"Também queremos verificar se existe legislação europeia que possa estar  a ser infringida com a decisão de venda", pelo Estado, da coleção de obras  de Joan Miró cujo leilão está marcado para fevereiro, em Londres, pela Christies.

Iniciativa da Casa da Liberdade Mário Cesariny, do Coletivo Multimédia  Perve, a petição defende a suspensão da venda das obras que se encontram  na posse do Estado português através do processo de nacionalização do antigo  Banco Português de Negócios (BPN). 

Defendem ainda a classificação e disponibilização das obras ao público,  num museu, em Portugal. 

Os promotores consideram que a venda, a ser concretizada, é "danosa  e irreversível" para o país, e, por isso, levaram o caso a debate público  nas redes sociais e à Assembleia da República.  

A petição tuguês desde a nacionalização do antigo  Banco Português de Negócios (BPN). 

Contactado pela Lusa, Carlos Cabral Nunes, do Coletivo Multimédia Perve,  sublinhou que "a petição representa um movimento de cidadania transversal  à sociedade portuguesa". 

Disse ainda que o Coletivo Multimédia Perve enviou um requerimento assinado  por 30 pessoas à Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), pedindo a  classificação das obras para que a venda seja suspensa. 

"Já não se trata somente da questão das 85 obras de Joan Miró, embora  se mantenha como pedido de classificação central. Trata-se igualmente de  pedir a classificação do demais património artístico do BPN", declarou à  Lusa Carlos Cabral Nunes sobre outras obras de arte que estariam nos fundos  da entidade bancária. 

O curador, e um dos fundadores da Casa da Liberdade - Mário Cesariny,  adiantou ainda que o coletivo está a ponderar organizar uma concentração  em frente às instalações da DGPC, na Ajuda, em Lisboa, para um encontro-manifestação,  "pedindo que o assunto seja despachado a tempo de suspender a venda", em  fevereiro. 

O secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, já anunciou  publicamente que "a aquisição da coleção de Joan Miró não é considerada  uma prioridade no atual contexto de organização das coleções do Estado".

A petição está disponível "online".

Lusa