Orçamento do Estado 2014

Governo corta quase 900 milhões de euros em prestações sociais 

O Governo vai cortar quase 900 milhões de euros  só em prestações sociais, sendo que a maior 'fatia' chega dos cortes nas  pensões acima dos 600 euros e nas pensões de sobrevivência acima dos 419,22  euros. 

© David W Cerny / Reuters

De acordo com o relatório do Orçamento do Estado para 2014, o Governo  conta poupar 891 milhões de euros com o corte em prestações sociais, dos  quais 728 milhões de euros vêm através da convergência dos regimes de pensões  da Caixa Geral de Aposentações e da Segurança Social. 

Esta convergência implica na prática um corte de cerca de 10% nas pensões  acima de 600 euros, e nas pensões de sobrevivência acima dos 419,22 euros.

O aumento da idade da reforma com base na mudança da fórmula de cálculo  do fator de sustentabilidade dará, nas contas do Governo, uma poupança de  205 milhões de euros. 

Os cortes nas pensões de sobrevivência, com a introdução da condição  de recursos, darão uma poupança de 100 milhões de euros. 

Espera-se ainda mais 198 milhões de euros de poupanças com outras medidas  setoriais, relacionados com prestações sociais. 

A proposta de lei do Orçamento do Estado entregue hoje no Parlamento  pela ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, prevê que seja "aplicada  uma redução remuneratória progressiva entre 2,5% e 12%, com caráter transitório,  às remunerações mensais superiores a 600 euros de todos os trabalhadores  das Administrações Públicas e do Setor Empresarial do Estado, sem qualquer  exceção, bem como dos titulares de cargos políticos e outros altos cargos  públicos". 

O subsídio de Natal dos funcionários públicos e dos aposentados, reformados  e pensionistas vai ser pago em duodécimos no próximo ano, segundo a proposta,  que mantém a aplicação da Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES)  sobre as pensões. 

No documento, o Governo refere que o défice orçamental deste ano vai  resvalar para os 5,9% do PIB, superando os 5,5% definidos para 2013 entre  o Governo e a 'troika' e confirma as previsões macroeconómicas, apontando  para um crescimento económico de 0,8% e uma taxa de desemprego de 17,7%  em 2014. 

Lusa