Crise na Ucrânia

EUA estudam "mediação" na Venezuela com ajuda da Colômbia e de outros países

O secretário de Estado norte-americano assegurou hoje que Washington está a analisar com a Colômbia e outros países  algum tipo de "mediação" da crise que se vive na Venezuela e indicou que  o Congresso poderá impor sanções a Caracas.

Secretário de Estado norte-americano, John Kerry (Reuters/Arquivo)
© Brian Snyder / Reuters

"Estamos a trabalhar de muito perto com a Colômbia e outros países (da  América Latina) para tentar ver como poderá realizar-se algum tipo de mediação,  porque obviamente já se demonstrou que é muito difícil que os dois lados  possam pôr-se de acordo por si mesmos", disse John Kerry, depois de se reunir  com a primeira-ministra colombiana, María Ángela Holguín. 

Kerry não forneceu mais pormenores sobre em que consistiria essa mediação,  ao passo que Holguín evitou fazer comentários sobre o assunto e afirmou  que já falou sobre a Venezuela nos últimos dias, na Colômbia. 

"O que penso que deve acontecer agora é que as autoridades venezuelanas  lidem com o seu próprio povo, que mantenha um diálogo para enfrentar os  seus problemas", declarou Kerry, sobre os protestos da oposição contra o  Governo do Presidente Nicolás Maduro, na Venezuela. 

"E não é inapropriado que o Congresso (dos Estados Unidos) e outros  debatam e pensem em planos e medidas adequados para (responder a) ações  levadas ou não a cabo e que têm um impacto profundamente negativo nas vidas  das pessoas, na sua liberdade e na sua capacidade de se manifestar, falar  e pedir um nível de governabilidade responsável no seu país", acrescentou.

O chefe da diplomacia norte-americano comentou assim a resolução apresentada  na quinta-feira no Senado norte-americano pelos senadores Bob Menéndez e  Marco Rubio, que solicita ao Presidente, Barack Obama, a adoção de sanções  ao Governo de Maduro. 

"Analisaremos qualquer aspeto do que temos à nossa disposição como uma  opção", sublinhou Kerry, referindo-se ao pedido de sanções feito pelos legisladores.

"Mas o mais importante é que necessitamos de um diálogo dentro da Venezuela,  não de detenções e violência nas ruas, ou de processos judiciais contra  jovens que expressam as suas esperanças no futuro", acrescentou. 

A oposição venezuelana rejeitou na quarta-feira um apelo ao diálogo  do Presidente Nicolás Maduro, com o objetivo de pôr fim a três semanas de  manifestações, que fizeram até agora 17 mortos. 

Iniciados no princípio de fevereiro devido à insegurança, os protestos  estudantis apoiados pela oposição estenderam-se a várias cidades do país,  tendo-se as reivindicações alargado à má situação económica e à violência  policial. 

Lusa