"Estamos a trabalhar de muito perto com a Colômbia e outros países (da América Latina) para tentar ver como poderá realizar-se algum tipo de mediação, porque obviamente já se demonstrou que é muito difícil que os dois lados possam pôr-se de acordo por si mesmos", disse John Kerry, depois de se reunir com a primeira-ministra colombiana, María Ángela Holguín.
Kerry não forneceu mais pormenores sobre em que consistiria essa mediação, ao passo que Holguín evitou fazer comentários sobre o assunto e afirmou que já falou sobre a Venezuela nos últimos dias, na Colômbia.
"O que penso que deve acontecer agora é que as autoridades venezuelanas lidem com o seu próprio povo, que mantenha um diálogo para enfrentar os seus problemas", declarou Kerry, sobre os protestos da oposição contra o Governo do Presidente Nicolás Maduro, na Venezuela.
"E não é inapropriado que o Congresso (dos Estados Unidos) e outros debatam e pensem em planos e medidas adequados para (responder a) ações levadas ou não a cabo e que têm um impacto profundamente negativo nas vidas das pessoas, na sua liberdade e na sua capacidade de se manifestar, falar e pedir um nível de governabilidade responsável no seu país", acrescentou.
O chefe da diplomacia norte-americano comentou assim a resolução apresentada na quinta-feira no Senado norte-americano pelos senadores Bob Menéndez e Marco Rubio, que solicita ao Presidente, Barack Obama, a adoção de sanções ao Governo de Maduro.
"Analisaremos qualquer aspeto do que temos à nossa disposição como uma opção", sublinhou Kerry, referindo-se ao pedido de sanções feito pelos legisladores.
"Mas o mais importante é que necessitamos de um diálogo dentro da Venezuela, não de detenções e violência nas ruas, ou de processos judiciais contra jovens que expressam as suas esperanças no futuro", acrescentou.
A oposição venezuelana rejeitou na quarta-feira um apelo ao diálogo do Presidente Nicolás Maduro, com o objetivo de pôr fim a três semanas de manifestações, que fizeram até agora 17 mortos.
Iniciados no princípio de fevereiro devido à insegurança, os protestos estudantis apoiados pela oposição estenderam-se a várias cidades do país, tendo-se as reivindicações alargado à má situação económica e à violência policial.
Lusa