A invasão foi testemunhada por um fotógrafo da Associated Press que viu centenas de elementos das forças da Crimeia a invador o quarte-general da Ucrânia e a içar a bandeira russa. Os homens não estavam armados e, de acordo com o fotógrafo, pareciam aguardar autorização dos militares ucranianos para permanecer no local.
Na sequência do referendo de domingo na Crimeia, em que a anexação à Rússia teve a maioria dos votos, Moscovo anunciou que considera a península como parte do seu território. O Presidente russo, Vladimir Putin, e os dirigentes da província autónoma ucraniana assinaram um tratado bilateral com vista à integração da Crimeia na Federação Russa.
Por seu lado, as autoridades da Ucrânia garantiram que nunca reconhecerão a anexação da Crimeia e deram autorização aos seus soldados para usarem armas em resposta aos "atos hostis" da Rússia.
"Para sua legítima defesa e proteção das suas vidas, os militares ucranianos destacados na república autónoma da Crimeia estão autorizados a usar armas", afirmou o Ministério da Defesa, em comunicado.
O primeiro-ministro interino da Ucrânia, Arseni Iatseniuk, comunicou que o conflito na península entrou numa "fase militar", depois de um ataque de homens armados a uma base na Crimeia ter causado pelo menos um morto e um ferido entre os militares ucranianos.
A comunidade internacional multiplicou-se em condenações, dos Estados Unidos à União Europeia.
Washington acusou Moscovo de uma "flagrante violação da lei internacional", considerando que a ação russa na península "não é mais do que uma usurpação territorial".
A União Europeia reafirmou que "nunca reconhecerá a anexação da Crimeia", tema que voltará à agenda dos líderes europeus na cimeira de quinta e sexta-feira, em Bruxelas.