Crise na Ucrânia

Militares ucranianos na Crimeia autorizados a usar armas

O Ministério da Defesa da Ucrânia disse hoje  que as suas forças militares estão "autorizadas a usar armas" depois de  sofrerem a primeira baixa num ataque de homens armados a uma base na Crimeia.

Presidente ucraniano, Oleksander Turchinov (Centro), com o primeiro-ministro Arseny Yatseniuk (Esqª) e o ministro da Defesa Ihor Tenyuk (Dtª) (Reuters)
© POOL New / Reuters

"Para sua legítima defesa e a proteção das suas vidas, os militares  ucranianos destacados na república autónoma da Crimeia estão autorizados  a usar armas", afirmou o Ministério da Defesa, num comunicado citado pela  agência France Presse. 

Até hoje, os militares ucranianos tinham instruções para não "responder  às provocações" das forças pró-russas que ocupam a república da Crimeia  há mais de duas semanas. 

Hoje à tarde, um porta-voz do Ministério da Defesa ucraniano na Crimeia,  Vladislav Selezniov, informou que homens armados tinham atacado uma base  ucraniana em Simferopol, capital da península da Crimeia, e que um militar  tinha morrido. 

O comunicado do Ministério da Defesa ucraniano especificou entretanto  que o aspirante S. Kakourine foi morto com um tiro no coração durante o  ataque. 

O capitão V. Fedoune ficou ferido no pescoço e no braço e um terceiro  soldado sofreu ferimentos na cabeça e numa perna provocados por golpes de  bastão, acrescentou a mesma nota informativa. 

"Os agressores envergavam uniformes de militares russos e estavam armados  com armas automáticas e uma arma com mira telescópica", concluiu o ministério  ucraniano. 

O Presidente russo, Vladimir Putin, assinou hoje um tratado bilateral  de união com o primeiro-ministro da Crimeia, Sergei Aksionov, e outros dirigentes  da península, ignorando as sanções ocidentais impostas contra Moscovo. 

A república autónoma ucraniana da Crimeia, de população maioritariamente  russa, está no centro da tensão entre a Rússia e a Ucrânia desde a destituição,  em fevereiro, do presidente ucraniano Viktor Ianukovich, considerado pró-russo.

As autoridades locais da península autónoma recusaram reconhecer o novo  Governo de Kiev e referendaram, no domingo passado, uma união com a Rússia,  apoiada por 96,77% dos votantes. 

 

Lusa