Crise na Ucrânia

NATO apela à Rússia para não agravar situação no leste da Ucrânia

O secretário-geral da NATO, Anders Fogh Rasmussen, apelou hoje à Rússia para não agravar a situação no leste da Ucrânia e alertou  para as "consequências graves" de uma intervenção que constituiria um "erro histórico".

Manifestantes pró-russos em Donetsk. (Reuters)
© Stringer . / Reuters

"Apelo à Rússia para recuar e para não agravar a situação no leste da  Ucrânia", declarou Rasmussen numa conferência de imprensa em Paris.

"Se a Rússia intervier mais na Ucrânia será um erro histórico", adiantou  o líder da Aliança Atlântica, alertando Moscovo para o seu isolamento a  nível internacional. 

Rasmussen insistiu que "a agressão ilegal da Rússia contra a Ucrânia  é o maior desafio que se coloca à segurança da Europa numa geração", referindo-se  à tomada de controlo da região ucraniana da Crimeia por tropas russas no  final de fevereiro. As autoridades separatistas organizaram depois um referendo  para a união da Crimeia à Rússia. 

A região na costa do Mar Negro é desde então parte da Rússia, embora a anexação não seja reconhecida pela comunidade internacional. 

A tensão entre a Ucrânia e a Rússia agravou-se no domingo quando ucranianos  pró-russos ocuparam edifícios oficiais em Kharkiv e Donetsk, duas grandes  cidades no leste, e içaram a bandeira russa. Em Donetsk, os separatistas  proclamaram uma "república popular" independente. 

O secretário-geral da NATO pediu à Rússia para "retirar as dezenas de  milhares de tropas que tem nas fronteiras da Ucrânia, iniciar um diálogo  genuíno com as autoridades ucranianas e respeitar os seus compromissos internacionais".

Moscovo foi acusado por Kiev de fomentar a agitação no leste e Washington  advertiu o Kremlin para parar os esforços para "desestabilizar a Ucrânia",  acusações que a Rússia ignorou, tendo, por seu turno, alertado Kiev contra  a utilização da força no leste russófono do país. 

"A evolução da situação de segurança na Ucrânia torna necessário rever  os nossos planos de defesa e ver como podemos fortalecer ainda mais a defesa  coletiva", disse Rasmussen.

Lusa