Crise na Ucrânia

Rússia diz ter detetado caça ucraniano perto do voo MH17 antes da queda 

Um alto responsável militar russo afirmou  hoje que um caça SU-25 ucraniano estava a três a cinco quilómetros do voo MH17 da Malaysia Airlines pouco antes da queda do avião comercial em território  ucraniano, provocando 295 mortos. 

© MAXIM ZMEYEV / Reuters

"Observámos a aproximação de um avião ucraniano Sukhoi Su-25 em direção ao  Boeing malaio e que se encontrava a uma distância de três a cinco quilómetros.  O SU-25 pode atingir uma altitude de 10.000 metros. Dispõe de mísseis ar-ar  com um alcance de 12 quilómetros e que garantem a destruição de um objetivo  até cinco quilómetros", declarou o general Andrei Kartapolov, do estado-maior  das Forças armadas russas, durante uma conferência de imprensa em Moscovo.

"Colocamos a questão: com que objetivo um avião de caça fazia um voo  a essa altitude ao mesmo tempo que um avião civil?", prosseguiu.  

O general avançou com outros elementos suscetíveis de acusar as forças  ucranianas de terem abatido o avião comercial da Malaysia Airlines com 298  pessoas a bordo. 

Kartapolov indicou que o avião mudou primeiro de rota, depois tentou  regressar à rota original, diminuiu de velocidade e três minutos depois  desapareceu dos radares russos, questionando: "Por que motivo saiu do seu  corredor? Ou foi por erro de pilotagem ou por uma ordem fornecida pelos  controladores aéreos ucranianos". 

O responsável militar também afirmou que no dia da catástrofe, os mísseis  terra-ar das forças ucranianas, com capacidade de abater um alvo a 35 quilómetros  de distância, estavam posicionados nos arredores de Donetsk.  

"Por que motivo as forças ucranianas se encontravam nesse local e contra  quem eram dirigidas as armas antiaéreas, quando todos sabemos que os combatentes [separatistas] não possuem aviação?", prosseguiu.  

O general também desmentiu que a Rússia tenha fornecido aos rebeldes  pró-russos sistemas de mísseis Buk, suspeitos de estarem na origem do acidente  do voo MH17, como tem sido sugerido por Kiev e por Washington.  

"A Rússia não forneceu aos insurretos sistemas de mísseis Buk ou outros  tipos de armamento e de material militar", assegurou o general Kartapolov.

 

Lusa