Cultura

Livro da jovem paquistanesa Malala é editado dia 5 de novembro em Portugal

A Editorial Presença anunciou hoje que irá publicar no dia 5 de novembro, o "livro oficial de Malala", a jovem paquistanesa que foi alvejada quando regressava da escola.

(Reuters)
© Olivia Harris / Reuters

O livro, "Eu, Malala, A Minha Luta Pela Liberdade e Pelo Direito à Educação",  de Malala Yousafzai com Christina Lamb, que "conta também a história do  pai que nunca desistiu de a encorajar a seguir os seus sonhos numa  sociedade que dá primazia aos homens, e de uma região dilacerada por décadas  de conflitos políticos, religiosos e tribais", segundo comunicado da editora  enviado à Lusa. 

A jovem, atualmente com 16 anos, em outubro do ano passado quando regressava  a casa vinda da escola no autocarro em que seguia foi mandado parar e um  homem armado disparou três vezes sobre ela. 

Nos últimos anos Malala, depois de recuperada, tem-se empenhado na luta  pelo direito à educação de todas as crianças, especialmente das raparigas,  o que a tornou alvo das críticas dos extremistas islamitas. 

Malala Yousafzai nasceu em Mingora, no Paquistão. No início de 2009  aceitou escrever um blogue para a BBC Urdu, canal da televisão britânica  de língua urdu, falada no Paquistão. A proposta foi para ir documentando  a vida quotidiana sob o regime talibã, tendo começado a tornar-se uma figura pública na defesa do direito à educação. 

Em 2011 recebeu o Prémio Nacional da Paz, no Paquistão, e "pouco depois,  tanto Malala como o seu pai, Ziauddin, proprietário de uma escola e ativista  social, começaram a receber ameaças de morte, que culminaram no atentado  contra a jovem em outubro de 2012", segundo o mesmo comunicado. 

A revista Time considerou-a este ano, uma das 100 pessoas mais influentes  do mundo. Em julho passado discursou perante a assembleia-geral das Nações  Unidas. 

Na ocasião, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, dirigindo-se  à jovem afirmou que era "uma heroína". 

"Malala, disse Ki-moon, és "a nossa grande paladina. Estamos contigo,  e tu nunca mais estarás só". 

Ao Prémio Nacional da Paz, a jovem paquistanesa já juntou o International  Children's Peace Prize, o Clinton Global Citizen Award e o Sakharov, pelo  parlamento Europeu. 

Christina Lamb, que a apoiou na escrita desta obra é uma jornalista  do Sunday Times, e desde 1987 tem centrado o seu trabalho no Afeganistão  e no Paquistão. 

A jornalista britânica é autora de cinco livros, e foi distinguida com  vários galardões, entre eles, o Prix Bayeux-Calvados, prémio europeu para  correspondentes de guerra. 

Na obra, que foi traduzida para português por Maria de Almeida, António  Carlos Andrade e Cristina Carvalho, as autoras chamam à atenção como "uma  criança, um professor, um livro e uma caneta podem mudar o mundo".

Lusa