Cultura

Processo contra Baldwin: disparo de arma não estava no guião

Guionista vai processar o ator e produtor pelo tiro que matou a diretora de fotografia Halyna Hutchins.

Processo contra Baldwin: disparo de arma não estava no guião
Carlo Allegri

A guionista de "Rust" Mamie Mitchell vai processar Alec Baldwin, os produtores e a armeira do filme. Acusa o ator de disparar a arma sem verificar se estava carregada e diz que o disparo não estava no guião da cena. O processo já foi apresentado num tribunal de Los Angeles, nos Estados Unidos.

"Não havia nada no guião sobre a arma ser disparada por Baldwin ou por qualquer outra pessoa", diz Mamie Mitchell, guionista do filme.

Mamie Mitchell refere que estava ao lado da diretora de fotografia Halyna Hutchins, de 42 anos, que foi atingida pelo tiro e morreu, e a cerca de 1 metro do ator, quando a tragédia aconteceu. O realizador Joel Souza, de 48 anos, ficou ferido.

A guionista alega que Baldwin devia ter verificado a arma.

"Baldwin escolheu jogar roleta-russa quando disparou uma arma carregada, sem verificá-la e sem que a armeira o fizesse", afirma a advogada de Mamie Mitchell.

Mamie Mitchell foi quem ligou para o número de emergência, depois do disparo que matou a diretora de fotografia Halyna Hutchins.

Este processo - contra Baldwin, a equipa de produção e a armeira - é o segundo depois do tiro e foca-se nas ações de Alec Baldwin.

Advogados de defesa falam em sabotagem no disparo

Alec Baldwin foi processado por negligência por um membro da equipa técnica do filme. O processo inclui outros elementos da produção, incluindo a armeira, cujos advogados sugerem a hipótese de sabotagem.

O chefe de iluminação, amigo pessoal de Halyna Hutchins, estava ao pé dela e por pouco não foi atingido, um incidente que diz ter-lhe causado um "sofrimento emocional severo".

O processo, que deu entrada num tribunal de Los Angeles, também inclui outros membros da produção, o assistente de realização que entregou a arma a Alec Baldwin e a armeira do filme.

Os advogados da armeira falam em sabotagem. A procuradora de Santa Fé, no Novo México, onde decorriam as filmagens, responde que essa tese não passa de uma teoria da conspiração.

As autoridades continuam a investigar o caso e já foram interrogadas mais de metade das cerca de 100 pessoas que estavam na rodagem na altura do incidente.

Ainda ninguém foi formalmente acusado.

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