Os humoristas norte-americanos Jon Stewart, Stephen Colbert e Jimmy Fallon abriram os seus programas de comédia de grande audiência com referências explícitas e solidariedade a Jimmy Kimmel, suspenso após uma sátira à reação de Donald Trump à morte do ativista Charlie Kirk. O Presidente dos Estados Uniso sugere que também eles sejam afastados.
Stewart optou pela sátira, Colbert - que também tem ameaça de cancelamento sobre si por parte da televisão CBS - foi mais institucional, alegando "censura", e Fallon elogiou Kimmel e desejou que o cómico continuasse a fazer o seu trabalho.
À semelhança dos comediantes, também nomes do mundo da cultura e ex-colegas falaram sobre o afastamento de Kimmel.
O Presidente dos Estados Unidos já reagiu, de acordo com a BBC. A bordo do Air Force One, enquanto regressava da visita de Estado ao Reino Unido, diz que os programas de comédia que se opõem a ele talvez devessem perder a licença.
Jon Stewart
Jon Stewart transformou o dia 18 de setembro, quinta-feira, numa segunda-feira, o único dia que apresenta o The Daily Show. Satirizou, dizendo que era um programa "renovado e aprovado" pelo Governo, elogiando ironicamente o "querido líder", Donald Trump.
Dedicou 23 minutos ao assunto e levou como convidada a jornalista Maria Ressa, que venceu o Prémio Nobel da Paz Maria Bessa e que apresentou o livro "Como lutar contra um ditador".
Stephen Colbert
No seu programa da CBS, Stephen Colbert, cujo programa terminará nos próximos meses, diz que a suspensão do 'rival' é uma "censura flagrante" e sublinha que a "liberdade de expressão" é um dos seus valores.
"Com um autocrata, não se pode ceder um centímetro", afirma.
Jimmy Fallon
Já Jimmy Fallon faz algumas piadas no programa The Tonight Show, na NBC. Numa nota mais séria, diz que Jimmy Kimmel é uma pessoa "decente, engraçado e atencioso".
Kimmel, no famoso talk show "Jimmy Kimmel Live!", abordara o assassinato do ativista de extrema-direita Charlie Kirk, apoiante do presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, que foi morto a tiro durante um comício no estado Utah, sugerindo que estava a haver capitalização política do sucedido.
O comediante norte-americano fez um monólogo no qual afirmava que os apoiantes MAGA (Make America Great Again), ligados a Donald Trump, estavam a tentar tirar proveito político do assassinato de Charlie Kirk.
A televisão ABC suspendeu-lhe o programa depois de o presidente da entidade reguladora das comunicações dos EUA (FCC, na sigla inglesa), Brendan Carr, ter dito que havia fortes argumentos contra Kimmel e que a empresa-mãe, Walt Disney Company, podia vir a ser responsabilizada.
Kimmel ainda não se pronunciou sobre o assunto. Os seus apoiantes dizem que Carr, o dirigente da FCC, interpretou mal as suas palavras e que, em momento algum, o humorista sugeriu que o suspeito da autoria do assassinato de Kirk, Tyler Robinson, era um conservador.
Centenas protestam por Kimmel e acusam dona da ABC de "cobardia"
Nas últimas horas, pelo menos dois protestos exigiram o regresso do programa de Jimmy Kimmel, suspenso pela Disney, dona da ABC, por tempo indeterminado após uma sátira do humorista à reação de Donald Trump à morte de Charlie Kirk.
Um dos protestos ocorreu em Hollywood, em frente ao El Capitan Entertainment Centre (Los Angeles), onde é gravado o programa, e o outro em Burbank, em frente aos escritórios da Disney, sede do canal ABC.