Desporto

Ronaldo considera Portugal a "escolha perfeita" para a Champions

Brasileiro diz que Portugal "deu uma lição ao mundo em como sair da Covid-19".

Ronaldo considera Portugal a "escolha perfeita" para a Champions
Manu Fernandez

O ex-futebolista internacional brasileiro Ronaldo, atual presidente do Valladolid, considerou hoje que Portugal foi a "escolha perfeita" para organizar a fase final da Liga dos Campeões desta época, afetada pela Covid-19.

"A escolha foi perfeita, é mais uma oportunidade de visitar o país, que é espetacular", elogiou o antigo avançado, considerado um dos melhores do mundo e que se notabilizou no FC Barcelona, Real Madrid ou Inter de Milão, entre outras equipas.

O ex-futebolista comentou hoje a escolha de Lisboa, anunciada na quarta-feira pela UEFA, numa conferência organizada por uma entidade bancária, patrocinadora da Champions, e falou da forma como Portugal enfrentou a pandemia.

"Foi uma excelente escolha. Portugal é um país incrível, deu uma lição ao mundo em como sair da Covid-19", argumentou o antigo avançado.

Ronaldo, que foi campeão mundial em 1994 e 2002, na última como melhor marcador da competição, lembrou que as suas conquistas mais importantes foram no formato a um só jogo a eliminar, o cenário traçado para a Champions em Lisboa.

A UEFA decidiu na quarta-feira que os quartos de final, meias-finais e final decorrerão em eliminatórias de jogo único, entre 12 e 23 de agosto nos Estádios da Luz (Benfica) e José Alvalade (Sporting).

"Vamos ter muita emoção, com poucos dias, mas vai ser o mais justo. As equipas não vão ter uma segunda oportunidade", considerou.

O ex-jogador, que na carreira venceu o troféu de melhor jogador da FIFA e também a Bola de Ouro da France Football mais do que uma vez, falou também dos jogadores da atualidade, e apontou o francês Mbappé como aquele que mais se aproxima de si: "na forma como finaliza e corre".

Quem igualmente mereceu nota muito positiva foi o avançado norueguês Haland, que no mercado de inverno trocou o Salzburgo pelo Borussia Dortmund, depois de se destacar na fase de grupos da Champions, com oito golos pelos austríacos.

"É um grande jogador, é jovem, está a fazer uma época muito boa e as equipas grandes olham para ele", disse Ronaldo, depois de confrontado com as palavras do ex-internacional brasileiro Rivaldo, ao dizer que o norueguês tem muitas das qualidades do fenómeno (alcunha de Ronaldo).

Na mesa redonda, Ronaldo disse ainda que a ausência de público - questão por decidir - na Champions poderá equilibrar mais a eliminatória dos oitavos entre Manchester City e Real Madrid, em que os ingleses venceram por 2-1 fora na primeira mão.

A Liga dos Campeões tem ainda quatro jogos dos oitavos de final por disputar, referentes à segunda mão, entre Manchester City e Real Madrid, Juventus e Lyon, Bayern Munique e Chelsea, e FC Barcelona e Nápoles, enquanto Atlético Madrid, Leipzig, Atalanta e Paris Saint-Germain estão apurados para os quartos.

Os jogos da segunda mão dos oitavos de final podem ainda disputar-se em Guimarães ou Porto, caso as equipas anfitriãs não os possam receber.

"É uma pena os jogos sem público, mas sabíamos que as coisas teriam que ser diferentes (...). A solução foi boa. Portugal foi um modelo na crise sanitária", considerou Juan Manuel Cendoya, vice-presidente da entidade bancária parceira da Champions.

Ronaldo é contra o regresso do futebol no Brasil

Na parte final da conversa, Ronaldo ainda se manifestou em relação ao regresso do futebol no Brasil, nomeadamente o campeonato do Rio de Janeiro, com o Flamengo, de Jorge Jesus, a defrontar o Bangu.

"Sou contra a volta do futebol brasileiro, na situação em que se encontra o país, penso que é um erro", defendeu Ronaldo, acrescentando que o país, o segundo com mais casos a nível mundial e em número de mortos (46.510 mortes, mais de 955 mil casos), está no pico da pandemia.