A identificação dos adeptos que causaram distúrbios no centro de Guimarães, na terça-feira, vai ser remetida para o Ministério Público "por indícios da prática de crime de participação em motim", anunciou hoje o Ministério da Administração Interna.
De acordo com a nota enviada às redações, o MAI refere que, apesar de os adeptos do Hajduk Split terem sido acompanhados por elementos da polícia croata, "há indícios que organizaram a sua chegada ao país de forma a não serem detetados pelas autoridades". A PSP considera ainda que os incidentes ocorridos "foram organizados com elevado grau de premeditação, com participação de pelo menos um grupo organizado de adeptos nacionais".
No comunicado, o Governo diz que apenas um pequeno grupo de adeptos croatas organizou a sua deslocação a Portugal, por via aérea. Os restantes terão "contado com o apoio de membros de claques associadas a clubes portugueses para organização das suas deslocações e estadia".
O Ministério da Administração Interna sublinha ainda que a Polícia de Segurança Pública montou "um dispositivo operacional adequado" e que foi, imediatamente, reforçado quando aconteceram os distúrbios no centro da cidade.
O autarca de Guimarães, Domingos Bragança, não tem a mesma visão dos acontecimentos. Em declarações aos jornalistas, disse que a PSP falhou na atuação.
"Há cadastro e não houve planeamento, algo falhou. Houve essa falha [de segurança], porque nos planos da PSP devia estar prevista esta possibilidade. Não é só no dia de hoje, porque os adeptos deste clube que nos visita da Croácia tem fama e esta má reputação de serem muito conflituosos e arruaceiros", referiu o autarca socialista.
O autarca indica que "uma horda de criminosos" entrou no centro da cidade pacífica, "instalou o pânico" e a polícia "não atuou".
PSP reage às críticas e descreve grupo de adeptos como "organizado"
O comandante da PSP em Guimarães diz que o grupo de adeptos do clube croata, que causou desacatos na cidade, não foi abordado por motivos de segurança. Vitor Silva ainda adianta que não houve falhas de comunicação e que a polícia fez tudo o que estava ao seu alcance.
O comandante da PSP avança que o grupo que começou os desacatos na cidade de Guimarães é "organizado entre si e não partilham informação". Indica, inclusive, que a monitorização destes adeptos é função da PSP, a partir do momento em que são detetados, o que aconteceu na cidade de Guimarães.