Economia

Quebra acentuada na procura interna justifica redução mais forte do PIB português

A quebra de 3,3 por cento do Produto Interno  Bruto (PIB) de Portugal no segundo trimestre de 2012 deve-se sobretudo a  um "contributo mais negativo da procura interna", explica o Instituto Nacional  de Estatística (INE). 

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© Jose Manuel Ribeiro / Reuters

Na estimativa rápida das contas nacionais hoje divulgada pelo INE lê-se  que o PIB caiu 3,3 por cento relativamente ao mesmo período do ano anterior  - a redução mais forte desde 2009. A taxa de variação em cadeia (ou seja,  relativamente ao trimestre anterior) registou uma quebra de 1,2 por cento.

O INE explica este aumento pelo "comportamento da procura interna",  que "registou um contributo mais negativo" que no trimestre anterior. 

Tratando-se de uma estimativa rápida, o INE não apresenta dados detalhados  sobre os componentes do PIB. No entanto, os técnicos estatísticos dão "particular  destaque" à redução do investimento. 

O INE destaca igualmente "o contributo positivo da procura externa líquida",  ou seja, do comércio internacional. Neste caso, o principal fator é uma  redução "mais intensa" das importações, porque as exportações, embora continuando  a crescer, "desaceleraram". 

Para além da estimativa do PIB para o segundo trimestre, o INE também  procedeu a uma revisão em baixa do crescimento económico para os dois trimestres  anteriores.  

Tanto no final de 2011 como no início de 2012 o PIB diminuiu mais uma  décima de ponto percentual do que o anteriormente previsto. Esta revisão  afetou também a taxa de crescimento do PIB para o total de 2011; em vez  de encolher 1,6 por cento, o PIB reduziu-se 1,7 por cento no ano passado,  estima o INE. 

O Governo e a 'troika' preveem que, para o conjunto de 2012, a economia  portuguesa encolha 3 por cento. 

 

Lusa