O Governo deverá anunciar, desde logo, uma revisão em alta do cenário macroeconómico, uma vez que a Comissão Europeia já admitiu que a economia pode crescer 1,3 por cento este ano, quando a última previsão apontava para os 0,8%.
Neste que foi o penúltimo exame ao programa, um dos temas mais polémicos foi o dos cortes salariais no setor privado que, ao que a SIC apurou, criou um clima de forte tensão entre o Governo e a troika nas reuniões da última semana. FMI e Comissão Europeia defendem que os salários precisam de ser reduzidos, ideia que o executivo rejeita por considerar que o ajustamento no setor privado já está feito.
Para o setor público, terão sido discutidos os cortes salariais temporários. Não só por via da tabela remuneratória única, mas também dos cortes nos suplementos. A troika quer que estas reduções sejam permanentes.
O mesmo com os cortes nas pensões: Governo e troika terão discutido a reforma do sistema para assegurar poupanças permanentes, que garantam a sustentabilidade.
A menos de três meses do fim do resgate, terá começado a ser discutido o pós-troika, mas o Governo continua a não se comprometer com o modelo de saída do programa - limpa ou cautelar - e a troika não terá manifestado uma preferência. Terá insistido, isso sim, na necessidade de consensos alargados para implementar e até aprofundar as reformas estruturais, que têm de continuar depois do final do resgate.
Desta 11ª avaliação depende um cheque de 2500 milhões de euros.