Economia

CGTP avisa que não aceita mais "conversa" sobre aumento do salário mínimo

A CGTP avisou o Governo que não aceita mais "conversa"  sobre o aumento do salário mínimo nacional e acusou o executivo e as confederações  patronais de estarem a por em "marcha" uma "tentativa cirúrgica" para "liquidar"  a contratação coletiva. 

Lusa
© Jose Manuel Ribeiro / Reuters

Em Braga, no final do primeiro dia de uma "semana de luta", e em vésperas  de uma reunião de concertação social sobre a contratação coletiva e de um  outro encontro, dia 29, para discutir o aumento do salário mínimo, o líder  da CGTP, Arménio Carlos, garantiu que a posição da intersindical quanto  às propostas do Governo é de "total rejeição". 

O secretário-geral da UGT criticou ainda a anunciada reforma do Estado  que, disse, querer "destruir" instrumentos "determinantes para o desenvolvimento  humano", como a Saúde e a Educação. 

"Não nos interessa nem ficamos satisfeitos apenas e só com a marcação  de uma reunião. É preciso que a reunião seja eficaz, traga resultados. Conversar  mais uma vez sobre o salário mínimo nacional para servir de pretexto para  deixar tudo na mesma, com a CGTP não contam", avisou. 

Por isso, na reunião que o executivo terá com os parceiros sociais,  agendada para quinta-feira, a CGTP vai "reafirmar a exigência, a justeza  e a necessidade óbvia de o salário mínimo nacional ser atualizado de imediato".

Segundo disse, "há um acordo que foi celebrado e não foi cumprido pelas  federações patronais e também pelo Governo", 

Pelo que, avisou, que "se, por ventura, as confederações patronais,  em conjunto com o Governo, persistirem em protelar a decisão  1/8de aumentar  o salário mínimo 3/8 ", a CGTP vai "reclamar, de acordo com aquilo que a própria  lei estabelece, que seja o Governo a atualizar de imediato o salário mínimo  nacional, a partir de 01 de junho para 515 euros". 

Quanto à contratação coletiva, que será alvo de discussão terça-feira,  em reunião de concertação social, a CGTP alertou que "está em marcha uma  tentativa cirúrgica para liquidar a contratação coletiva" por parte de patrões  e Governo. 

"Estas propostas  (redução do período dos contratos coletivos de trabalho  e prolongamento dos períodos de trabalho extraordinário) são inaceitáveis  e não terão qualquer tipo de discussão com a CGTP", avisou. 

Isto porque, explicou, "não há negociação com quem quer destruir um  dos princípios básicos da relação de trabalho entre trabalhadores e empregadores  que é a contratação coletiva". 

Outro dos temas em destaque na semana de luta de CGTP, que se prolonga  até dia 30, é a reforma do Estado, a que Arménio Carlos também se referiu.

"Não aceitamos uma reforma do Estado para destruir instrumentos que  foram determinantes para o desenvolvimento humano, como aqueles que se relacionam  com o Serviço Nacional de Saúde, a Segurança Social universal e solidária  e a escola pública de qualidade", avisou. 

Lusa