Economia

Vítor Bento recusa dar mais explicações aos deputados sobre a sua demissão do Novo Banco

O ex-presidente do Novo Banco Vítor Bento  escusou-se a ir à Assembleia da República dar explicações adicionais sobre a sua demissão aos deputados da comissão de Finanças por não ter "nada a  acrescentar", segundo fonte parlamentar.

(Reuters)

A proposta de audição do antigo responsável, que decidiu sair do Novo  Banco dois meses depois de aceitar liderar a instituição bancária que sucedeu  ao BES, foi apresentada pelo PS e acolhida por unanimidade na reunião da  Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública (COFAP), da passada  quarta-feira.  

Em declarações à Lusa, o presidente da COFAP, Eduardo Cabrita afirmou  que Vítor Bento lhe transmitiu que "não tinha nada a acrescentar" e tudo  "o que tinha a dizer foi dito no comunicado da semana passada".  
  
Vítor Bento explicou os motivos da saída em duas cartas, uma dirigida  aos colaboradores do Novo Banco e outra aos clientes, considerando que a  mudança não tinha nada de "dramático" e que até poderia "beneficiar o banco". 
  
Só os cidadãos com funções institucionais são obrigados a ir às comissões  parlamentares permanentes, um dever que cessa quando abandonam os cargos. 
  
No entanto, são obrigados a ir às comissões de inquérito.  
  
O PCP propôs uma comissão de inquérito ao caso BES que foi hoje aprovada  pela Assembleia da República com os votos favoráveis de todos os partidos. 
  
No dia 03 de agosto, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, depois  de o banco ter apresentado prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros,  e anunciou a separação da instituição em duas entidades distintas.  
  
No chamado banco mau ('bad bank'), um veículo que mantém o nome BES  mas que está em liquidação, ficaram concentrados os ativos e passivos tóxicos  do BES, assim como os acionistas.  
  
No 'banco bom', o banco de transição que foi chamado de Novo Banco,  ficaram os ativos e passivos considerados não problemáticos.  
  
      
Lusa