Em audição na comissão parlamentar de Economia, Inovação e Obras Públicas sobre a 'fuga' de armadores do Porto de Lisboa, na sequência da suspensão da operação da Maersk, Ana Paula Vitorino considerou que a saída do grupo dinamarquês foi o "corolário de um processo mal conduzido durante três anos".
A ministra do Mar defendeu que "não é normal que a administração do Porto de Lisboa e o Governo se demitam de tentar promover a paz social", anunciando que, na próxima segunda-feira, se reunirá com os operadores e com o Sindicato dos Estivadores, que iniciou um período de greve a 14 de novembro, que se estenderá pelo menos até 20 de janeiro.
"A estratégia que vamos seguir é de promover o diálogo entre as partes", declarou a governante, quando questionada sobre o que o Governo fará para ultrapassar o conflito laboral no Porto de Lisboa, que se traduz numa ameaça de greve dos estivadores que impede os operadores de contratarem novos trabalhadores portuários.
Em resposta ao deputado do CDS-PP Hélder Amaral, Ana Paula Vitorino acusou o Governo anterior, liderado por Passos Coelho, de ter deixado "acumular este problema".
"Tivemos um ministério que, durante três anos, deixou acumular este problema. É curioso que seja o senhor deputado do CDS, que tinha o ministro desta pasta, que me venha perguntar o que resolvi em três semanas que o seu Governo não resolveu em três anos", afirmou a governante.
Na reunião com os estivadores e com os operadores do Porto de Lisboa, Ana Paula Vitorino vai "apelar fortemente para que exista a consciência de que a negociação é aproximação de duas partes", realçando que "no limite pode estar em risco o Porto de Lisboa, os postos de trabalho e os operadores".
Lusa