Numa entrevista emitida hoje pela rádio Deutschlandfunk, Schauble sublinhou que a "Europa não sofre por escassez de dinheiro nem por não poder aumentar as dívidas", mas porque "há Estados-membros que não fazem o que têm de fazer" e limitam-se a confiar que os outros os vão ajudar.
"Isso é algo que já foi dito pela Comissão Europeia, pelo Banco Central Europeu (...). É importante que cada país faça as suas tarefas. Isso é algo que a Alemanha não pode fazer pelos outros, nem pela Grécia", adiantou.
Neste contexto, Schauble criticou umas declarações recentes do seu colega dos Negócios Estrangeiros alemão, Sigmar Gabriel, que num artigo para o Frankfurter Allgemeine Zeitung tinha proposto aumentar as contribuições da Alemanha para a UE porque, alegou, cada euro que se investe na Europa dá benefício.
"É uma mensagem completamente equivocada dizer que o problema é de dinheiro. O problema é que os países têm que fazer os deveres e nós estamos dispostos a ajudá-los", disse.
Schauble recordou que a Alemanha assumiu riscos de milhares de milhões para apoiar a Grécia, mas que a tarefa de reformar a economia para que seja competitiva tem de ser assumida pelos próprios gregos.
"Com a proposta de dar mais dinheiro à Europa não se resolvem os problemas, mas apenas se criam falsas expectativas", sublinhou o ministro alemão.
Segundo Schauble, Sigmar Gabriel enviou à Grécia uma mensagem "completamente equivocada", que não ajuda o país e que pode acabar levando a que os responsáveis políticos não cumpram e acabem por não fazer o que se comprometeram a fazer", indicou ainda.
Lusa