Economia

Presidente da Nissan Motor pode ser detido por alegada evasão fiscal

O presidente do grupo Nissan Motor, Carlos Ghosn, deverá ser detido no Japão por alegada evasão fiscal, segundo a agência noticiosa Kyodo, tendo a empresa confirmado a investigação interna ao dirigente, de 64 anos.

Carlos Ghosn, residente do grupo Nissan Motor.
Carlos Ghosn, residente do grupo Nissan Motor.
POOL New


O construtor japonês confirmou as informações, avançadas esta manhã pela imprensa, sobre os resultados de uma investigação interna que indicam que o seu presidente do Conselho de Administração "durante vários anos declarou rendimentos inferiores aos montantes reais".


"Muitas outras práticas ilícitas foram descobertas, como o uso de bens da empresa para fins pessoais", refere, adiamtando que a direção irá propor a "demissão do cargo rapidamente".


Fontes da investigação referiram à agência que o empresário franco-brasileiro de origem libanesa foi interrogado pelo Ministério Público, por alegadamente ter ocultado bónus.


A cadeia televisiva pública NHK indicou que o interrogatório ocorreu depois do fabricante automóvel ter levado a cabo uma investigação interna, no qual registou "faltas graves".


Fontes da Nissan citadas pela Kyodo disseram que a proposta de destituição do dirigente deverá acontecer na próxima reunião e que a pessoa que denunciou as supostas irregularidades financeiras também alertou, há vários meses, as autoridades competentes.


Goshn é também o homem forte das duas empresas que compõem a aliança com a Nissan, a Renault e a Mitsubishi Motors, e é considerado o homem de negócios estrangeiro mais influente no Japão.


Ghosn chegou à Nissan em 1999 como presidente executivo para liderar a recuperação do fabricante, com sede em Yokohama, depois de ter oficializado uma aliança com a francesa Renault.


Depois de ser tornar presidente das duas empresas, na década seguinte, Ghosn passou a homem forte da Mitsubishi Motors no âmbito do acordo de capital subscrito em 2016.

Lusa