Uma construtora portuguesa pagou milhões de euros em subornos a um filho do presidente da Guiné Equatorial para a adjudicação de uma obra pública.
Segundo uma investigação do Expresso, a construtora portuguesa pagou, pelo menos, 10 milhões de euros a empresas ligada a Gabriel Obiang e a um intermediário. Para além disso, a empresa ajudou a criar o esquema de lavagem de dinheiro que passou pela mudança do nome de empresas e da respetiva estrutura acionista.
Foi graças a um mecanismo de ocultação de pagamentos ilícitos que, em apenas dois anos, foi possível duplicar o valor da obra. Ao todo foram adjudicados à empresa portuguesa mais de 100 milhões de euros em contratos públicos, o que representa mais do que a Guiné Equatorial gastou com educação no ano passado.
A DCIAP de Lisboa chegou a uma queixa-crime e a Polícia Judiciária fez buscas à sede da construtora que, contactada pelo Expresso, sublinha o “modo regular e lícito como desenvolve a atividade”. O filho do Chefe de Estado e respetivo intermediário não quiseram prestar declarações.