Economia

Preço dos combustíveis volta a subir e Marcelo alerta para dificuldade no crescimento da economia

Subida anula a ajuda do Estado anunciada na semana passada.

Loading...

O preço dos combustíveis voltou a aumentar e, em alguns postos de abastecimento, o litro de gasolina e de gasóleo está dois cêntimos mais caro, uma subida que anula a ajuda do Estado anunciada na semana passada e que leva o Presidente da República a avisar que, com aumentos sucessivo, não há arranque económico. O ministro do Ambiente e da Ação Climática insiste que a solução passa por mexer nas margens de comercialização.

A subida de 2 cêntimos foi atualizada logo na manhã desta sexta-feira.

O aumento, em todo o país, anula a medida anunciada pelo Governo em reduzir o Imposto Sobre os Produtos Petrolíferos.

A escalada de preços mereceu alertas do Presidente da República.

"É preciso que a comunidade internacional reúna, e a União Europeia está a trabalhar nisso, para pensar para além de abril. Se isto dura para além de abril, não há arranque económico com os combustíveis a subirem sucessivamente", aponta Marcelo Rebelo de Sousa.

O chefe de Estado avisa que cada país pode agir sozinho, mas que deve estar concertado com os países da União Europeia.

"No imediato, os Governos, com a luz verde da Comissão Europeia, estão a começar a estudar e a aplicar aos poucos, primeiro em pequenino, e depois vendo as necessidades, medidas de apoio social: baixas de impostos, apoios àqueles que precisam, seja famílias, seja indústrias, sobretudo, empresas em geral", acrescenta.

O ministro do Ambiente e da Ação Climática também reagiu e defendeu a necessidade do Governo intervir nas margens do negócio.

"No entender do Governo, é mesmo necessário que possa o Governo agir, não é só nas margens de comercialização, não é só nas margens das bombas de gasolina, é em todas as margens dos inúmeros atores ao longo do processo", refere João Pedro Matos Fernandes.

As empresas deixam alertas para o impacto desta subida do combustível, que pode passar por falhas na distribuição a aumentos do preço final dos produtos.

"O preço do gasóleo representa 30% do custo do transporte de uma mercadoria", relembra o diretor-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição, Gonçalo Lobo Xavier.

"Estas empresas estão no seu limite e próximas da insolvência, e isso vai trazer disrupção na entrega dos bens de primeira necessidade e outros", aponta o porta-voz da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias, André Matias Almeida.

No Norte do país, a empresa de transportes de passageiros Rodonorte já está a estudar a redução ou eliminação de rotas para atenuar a escalada dos preços nos combustíveis, pois o impacto é de 35 mil euros ano por cada cêntimo de aumento no gasóleo.

"Nós apresentámos uma proposta, há meio ano, considerando que o litro do gasóleo custava 1,20€, e não podemos ao dia de hoje, com 1,70€, manter os valores da altura", refere Jorge Santos, do Grupo Rodonorte.

Em Portugal, desde o início do ano, os combustíveis subiram 36 vezes.

Veja também: