Economia

Bloco de Esquerda critica Governo por dar “apoios em miniatura”

Catarina Martins reage ao pacote de medidas apresentado pelo Executivo para apoiar as empresas.

Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda
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A coordenadora do BE considerou, esta quinta-feira, que as medidas para o setor empresarial são “muito curtas” e sem capacidade de chegar às pequenas empresas, criticando o Governo por dar “apoios em miniatura” enquanto recusa taxar os lucros excessivos.

“O Governo dá apoios em miniatura, de faz de conta às famílias e às empresas porque se recusa àquele passo de justiça económica que é taxar os lucros excessivos das gigantescas empresas que estão a ganhar com a inflação, e essa é a escolha da maioria absoluta. Não há nenhum argumento a não ser este, decidir proteger o privilégio”, criticou Catarina Martins numa primeira reação ao plano extraordinário de apoio às empresas apresentado, esta quinta-feira, pelo ministro da Economia.

Segundo a líder do BE, “as medidas que foram apresentadas são muito curtas” e “a maior parte é recauchutagem de medidas que já existem”. Catarina Martins deu como exemplo “a pouca capacidade para chegar às pequenas empresas que estão com maiores dificuldades”.

“Eu bem sei, eu ouço o ministro dizer que os recursos do Estado não são infinitos, mas então não se percebe porque é que o Governo decide condenar as famílias e as pequenas empresas a apoios em miniatura enquanto continua a recusar taxar os lucros excessivos que é uma medida que se pede por toda a Europa”, criticou.

Recorrendo aos números, Catarina Martins referiu que “entre a energia, a banca e a grande distribuição, neste período de inflação, houve seis mil milhões de euros de lucros excessivos”, lucros estes “já depois dos impostos pagos”.

“O Governo comporta-se como se fosse o advogado da Galp ou da EDP dizendo que já há outros impostos”, condenou.

Segundo a líder do BE, o executivo liderado por António Costa “está a ser ultrapassado por Governos de direita em toda a Europa e pela própria Comissão Europeia pela esquerda, que sabem que é preciso taxar lucros excessivos”.

“Cada dia que a medida é atrasada quer dizer que há lucros excessivos que não são taxados. Entretanto as empresas distribuem os seus lucros em dividendos, entretanto quando for o apuramento dos lucros excessivos eles já não existem para serem apurados e para serem taxados”, avisou.