O Chega lamentou esta quinta-feira que o Governo tenha anunciado "poucos apoios novos" para as empresas, considerando que se limitou a aumentar os que já existem e a avançar com medidas "mais do mesmo".
"Mais uma vez o Governo faz uma apresentação de retoques, de remendos e de truques para maquilhar o que é a verdade. Poucos apoios novos existem, estamos a falar de aumentos de linhas que já existem e de apoios que já existem", defendeu o presidente do Chega.
André Ventura falava aos jornalistas na Assembleia da República em reação às medidas de apoio às empresas aprovadas hoje em Conselho de Ministros.
"Tirando a formação, o pacote apresentado significa muito pouco nas contas finais da maior parte das empresas", considerou Ventura, advogando que "a maior parte do universo empresarial português fica de fora destes apoios". O presidente do Chega comparou este conjunto de medidas ao apresentado na semana passada pelo primeiro-ministro para famílias, insistindo que é "um truque e uma fraude".
Na opinião de Ventura, houve três medidas fundamentais que o Governo deveria ter anunciado: "o 'lay off' simplificado, a redução dos impostos no âmbito do gás e eletricidade para as empresas e sobretudo [a redução] de impostos sob os combustíveis".
Ventura criticou ainda a linha de crédito de 600 milhões de euros aprovada pelo Governo, defendendo que empresas já endividadas vão aumentar a sua dívida.
"O que significa que algumas vão fechar portas", vincou.
O ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, anunciou hoje um pacote de medidas de mais de 1.400 milhões de euros para apoiar as empresas face ao aumento de custos com a energia, incluindo uma linha de crédito.
Em conferência de imprensa hoje, em Lisboa, o governante deu conta de várias medidas, desde uma linha de crédito de 600 milhões de euros, o alargamento de apoios a indústrias de consumo intensivo de gás, apoios à formação, medidas de aceleração da eficiência e transição energética, fiscais, entre outras. As medidas ultrapassam assim os 1.400 milhões de euros, de acordo com António Costa Silva.