Há cada vez mais empresas a reduzir os horários de trabalho dos funcionários através do lay-off para conseguirem baixar os consumos de energia. Os setores têxtil, agroalimentar e calçado são os mais afetados.
O setor têxtil consome grandes quantidades de água a temperaturas extremamente elevadas.
"Nos últimos meses as faturas, sobretudo do gás natural, dispararam. Empresas que pagavam 100 mil euros/mês passaram a pagar 500 mil ou
1 milhão de euros por mês", segundo Mário Jorge Machado, presidente da Associação Têxtil e Vestuário.
As despesas com energia são maiores, os juros subiram, as encomendas baixaram e a matéria prima está em falta.
Há cerca de 6 mil empresas têxtil no país, a maioria no norte. Algumas dezenas viram-se obrigadas a reduzir o horário dos funcionários através do lay off.
“Ou a empresa tem de racionalizar e despede pessoas ou tem de racionalizar e encontra um mecanismo que permita salvaguardar todas as pessoas e mantê-las ligadas à empresa”.
O mesmo está a acontecer noutros setores como calçado, cerâmica e agroalimentar.
Dados da segurança social, consultados pelo Jornal de Notícias, mostram que nos primeiros 9 meses deste ano havia mais de 52 mil trabalhadores
com horário reduzido ao abrigo do lay-off. Número superior ao registado durante todo o ano de 2021.
Um trabalhador em lay-off perde rendimento. Passa a receber 2 terços do salário bruto, ficando 70% a cargo da segurança social.
O regime não pode estar em vigor mais de 6 meses. Só em caso de catástrofe é permitido prolongar até 1 ano.