O Banco de Portugal antecipa que as taxas Euribor cheguem aos 3% no próximo ano. Isso significa que, na grande maioria dos casos, a prestação mensal a pagar ao banco vai subir mais de 50 euros por mês. Mas em alguns casos a subida será ainda maior.
Quanto pode subir a prestação da casa?
De acordo com o Banco de Portugal, só em 41% dos contratos é que a prestação a pagar ao banco sobe menos de 50 euros. Nos restantes, a grande maioria, o aumento é maior. E em 18% dos casos, a subida será mesmo superior a 150 euros.
Em média, a prestação deve subir cerca de 90 euros por mês.
Com as taxas Euribor a chegarem aos 3% e a conjuntura difícil, prevê-se um recuo na procura por casas. O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, antecipa uma encruzilhada desafiante.
"O processo inflacionista tem-se revelado mais duradouro e com mais intensidade do que um choque de oferta faria prever. O caminho que temos para fazer vai depender do sucesso coletivo que tenhamos na redução da inflação", afirma.
Um esforço coletivo onde também entram os bancos. Por isso, Centeno volta a avisar que para conter a inflação, os depósitos bancários têm de render mais. Portugal é o segundo país da zona euro onde rende menos ter dinheiro no banco.
"Todos os agentes económicos em Portugal devem pensar duas vezes sobre o ganho marginal de curto prazo de aumentar as margens de lucro face ao ganho para todos e permanente, no médio prazo, de contermos esta espiral inflacionista", pediu Centeno.
O Banco de Portugal alerta ainda o Governo que a subida dos juros e o travão na economia podem comprometer a redução da dívida pública.